Iglesias destaca o bom momento da integração Ibero-Americana

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, e o presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), Enrique García, afirmaram que América Latina vive uma época excepcional para afiançar o seu processo de integração, durante a inauguração do Congresso Latino-Americano e Caribenho de Ciências Sociais em Quito…

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, e o presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), Enrique García, afirmaram que América Latina vive uma época excepcional para afiançar o seu processo de integração, durante a inauguração do Congresso Latino-Americano e Caribenho de Ciências Sociais em Quito (Equador).
 
Os dois representantes participaram no painel “Integração política na América Latina e o Caribe”, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO)  no seio do Congresso que celebra o qüinquagésimo aniversário da instituição.
 
Momento de bonança na América Latina
 
Para o Secretário-Geral Ibero-Americano, América Latina está “num momento regional muito especial no econômico, social e político” somado a um “um período de excepcional bonança econômica”.
 
Assinalou que há um ressurgimento da classe média e um ativismo político, bem como uma crise dos partidos políticos com uma sociedade que procura novos líderes em alguns países.
 
Para Iglesias, o mundo passa por um momento “muito importante” com a “mudança de uma geografia econômica, política e inclusive militar” que se dá com novos temas e problemas frente aos tradicionais, como é a nova dimensão da crise energética.
 
Integração na América Latina
 
Ao abordar a integração regional, o Secretário-Geral Ibero-Americano afirmou que a América Latina “tem, neste momento, uma oportunidade histórica por razões que vêm de fora” e porque aprendeu a fazer melhor as coisas.
 
Além, expressou a sua esperança de que a região aproveite essa oportunidade e pediu encontrar uma “plataforma de confluência”, uma tarefa eminentemente política, entre as diferentes correntes.
 
Por sua vez, o representante da CAF, Enrique García, destacou que “a integração pode ser um instrumento que facilite, em primeiro lugar, um crescimento econômico de melhor qualidade”.
 
No entanto, advertiu que para isso deve existir vontade política, que procure um modelo que leve a um crescimento econômico sustentado e de qualidade com especial cuidado no respeito ao meio ambiente.
 
“Acho que este é um bom momento, porque estamos em condições econômicas favoráveis para que os atores políticos, a sociedade civil, os empresários, procurem pontos de consenso. É impossível pretender que os sistemas de integração possam ser ideologicamente de uma só corrente”, sustentou o Presidente da Corporação Andina de Fomento.
 
Desafios da América Latina
 
García também destacou que América Latina deve tomar ações neste momento de bonança macroeconômica e tentar poupança e investimento, bem como tratar de reverter a má distribuição da riqueza.
 
Inauguração do Congresso
 
Prévio ao painel, o presidente do Equador, Rafael Correa, inaugurou o Congresso, que reúne em Quito a mais de 1.400 pesquisadores sociais, advertindo da necessidade de não confundir objetividade com neutralidade.
 
Correa convidou aos assistentes ao Congresso Latino-Americano e Caribenho de Ciências Sociais à construir “uma academia comprometida com as necessidades da América Latina e cuidadosa com os processos de mudança que hoje experimenta a região”
 
O Mandatário propôs a uma revisão das ciências sociais desde uma mirada latino-americana, isto é, desde o sul, bem como o entendimento do mundo, já que em muitos casos as ciências sociais negaram a experiência e as mudanças sociais.
 
Neste sentido, afirmou que “há sinais de que estamos vivendo não só uma época de mudanças senão também uma mudança de época na América Latina, e devemos ajudá-la a nascer desde o lugar que devemos ocupar neste tempo histórico, a essa mudança de época e a tantas esperanças dos nossos povos”.
 
O Congresso Latino-Americano e Caribenho de Ciências Sociais, que concluirá a próxima quarta-feira 31 de outubro, procura analisar o estado da investigação social na região a partir da experiência de FLACSO e dos seus países membros.

 

 

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