Casa de América de Madri acolhe as Jornadas “As energias renováveis na Ibero-América: oportunidade de desenvolvimento energético e econômico”, de cujo discurso de abertura esteve encarregado o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias.
O encontro, realizado por Casa de América junto a Iberdrola da Espanha, reúne a importantes especialistas na matéria, entre os que cabe destacar, ao conselheiro da Comissão Espanhola da Energia, Javier Peón; e o diretor de Energias Renováveis de Iberdrola, Xavier Viteri, entre outros.
Participam também no foro o Diretor-Geral de Eletricidade da Comissão Reguladora da Energia do México, Alejandro Peraza; o diretor de Assuntos Internacionais da Comissão Nacional da Energia do Chile, Carlos Piña; e o Diretor da Agência Nacional da Energia Elétrica do Brasil, Edvaldo Santana.
Necessidade de uma resposta real a nível internacional
No seu discurso de inauguração, Iglesias destacou a importância do seminário, cuja temática emoldurou entre os grandes debates da História, assinalando que já em 1981 a ONU organizou uma Conferência sobre Fontes de Energia Novas e Renováveis, como uma reação à subida dos preços do petróleo, ao desflorestamento e o esgotamento dos bosques na África.
Segundo o Secretário-Geral Ibero-Americano, apesar da Conferência de 1981, a crise mundial dos anos 80 e a conseqüente queda do preço do petróleo, levaram a uma paralisia na investigação sobre energias renováveis.
Por isso, pediu aos participantes perspectivas e continuidade no trabalho, já que a experiência passada mostrou “a frivolidade que há no mundo, sobretudo no mundo internacional, que é o culpável da falta de previsão sobre estes temas”, adicionou.
Importância da ONU
Iglesias também destacou a importância do trabalho das Nações Unidas a nível ambiental, e assinalou que “se não existisse as Nações Unidas, teríamos que inventa-la, e uma das coisas que fez esta organização ao longo dos anos foi pôr de relevo estes bens comuns da humanidade e gerar uma consciência crítica frente ao tema (…)”.
Afirmou que aos debates anteriores sobre o meio ambiente, soma-se não só a limitação dos recursos e a subida dos preços do petróleo, senão uma maior consciência da necessidade de que a matriz energética mude nos próximos anos, derivada também da problemática da mudança climática.
Uma oportunidade para Ibero-América
O Secretário-Geral Ibero-Americano também recordou que um dos mandatos recebidos pela SEGIB na sua criação foi o de apoiar “aos países a enfrentar as conseqüências das mudanças de mercado energéticos e nesse contexto celebrar uma reunião especializada sobre energias renováveis”.
Nesse sentido, assinalou, a SEGIB organizou um encontro entre os dias 26 e 28 de setembro em Montevidéu, Uruguai, onde se decidiu promover a criação de um Observatório Regional das Energias Renováveis.
Iglesias destacou nesta linha, o trabalho do Brasil em relação aos biocombustiveis, aos quais definiu como uma nova janela de oportunidade para a região.
Em sua opinião, América Latina e o Caribe têm uma grande oportunidade com respeito às novas formas de energias renováveis e sustentáveis, mas isto faz parte de um debate mundial junto com o técnico, o econômico, o político e o ético, “porque quando falamos de mudança climática estamos falando de uma dimensão ética do tema energético”.
O Foro, que conclui o dia 23 de outubro, inclui, entre outros debates, a apresentação dos casos do México, Chile e Brasil na produção em energias renováveis.
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