O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, participou na sessão plenária do I Foro da Aliança das Civilizações que se desenvolve em Madri (Espanha). Este encontro reúne a líderes políticos e representantes de organismos internacionais e regionais, bem como a diferentes atores da sociedade civil para estudar o desenvolvimento de novas vias para o entendimento multicultural a escala global.
O Foro, que se emoldura na iniciativa da Aliança das Civilizações, promovida pelo presidente do Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero em 2004, e apoiada pelo seu homólogo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, contou na sua inauguração, realizada no 15 de janeiro, com a participação dos dois mandatários, além do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon e do alto representante para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.
Inauguração
Foi o Presidente do Governo espanhol o encarregado de encabeçar a inauguração do evento ante um elenco de mais de 400 personalidades entre chefes de estado e de governo, chanceleres, dirigentes religiosos, políticos, empresários, jornalistas e representantes do mundo acadêmico.
Zapatero destacou em seu discurso os principais objetivos que motivaram o nascimento da Aliança: lutar contra "a intolerância, o radicalismo e o fundamentalismo".
Por sua vez, Ban Ki Moon fez um apelo aos líderes internacionais a empreender ações concretas para construir ‘pontes de confiança’ entre civilizações e afirmou que ‘ainda que as ameaças são terríveis’, a comunidade internacional tem nas ’suas mãos’ respostas para elas.
O Secretário-Geral da ONU considerou que ainda que promover o diálogo intercultural ‘não será um caminho fácil, é um caminho seguro’ e os planos nacionais que prevêem aprovar os países que apóiam a Aliança das Civilizações ‘darão seus frutos no longo prazo’.
Jorge Sampaio, afirmou que ‘este Foro demonstra que fomos capazes de superar o ponto morto no qual se encontrava o diálogo entre civilizações’ e está oferecendo os ‘primeiros resultados tangívels’ com a apresentação por exemplo dos planos nacionais de alguns países.
Um desafio para o mundo
Na sua intervenção durante a primeira plenária do encontro, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, destacou a importância de trabalhar na Aliança “de Civilizações porque as questões às que nos enfrentamos são um verdadeiro desafio para o mundo e a globalização”.
Para Iglesias a causa do conflito vai além do puramente econômico e afirmou que a “força não resolve nada, senão que faz que as coisas estejam pior. Devemos entender as raízes dos problemas. Depois tentar resolvê-los, criando pontes de comunicação, algo que leva tempo, que não se resolve da noite para o dia”.
“América Latina é um bom exemplo de convivência, mas também temos discriminação e há que se enfrentar a ela”, adicionou.
Nesta primeira sessão plenária, “A Aliança de Civilizações: Gestão da Diversidade na Era da Globalização”, intervieram, além do Secretário-Geral Ibero-Americano; o premiê de Malásia, Abdullah Ahmad Badawi; o diretor-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura; e o secretário-geral do Conselho da União Européia e alto representante para a Política Exterior e de Segurança Comum, Javier Solana.
Objetivo do Foro
O I Foro da Aliança de Civilizações, que concluirá na próxima quarta-feira 16 de janeiro, procura proporcionar aos participantes uma plataforma internacional para colaborar no desenvolvimento de iniciativas conjuntas e promover um espaço de convergência entre as agências governamentais, os organismos internacionais e os representantes da sociedade civil que trabalham e estão comprometidos com o diálogo intercultural e interreligioso para que possam empreender iniciativas conjuntas.
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