Representantes ibero-americanos de portos e empresas logísticas reuniram-se no dia 19 de setembro no Panamá, no Fórum Ibero-americano de Logística e Portos, com o objetivo de identificar as melhores práticas para tornar mais eficientes e competitivos esses setores econômicos. A inauguração esteve a cargo do Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, que destacou que fatores como os custos logísticos tornam a região muito pouco competitiva relativamente à América do Norte, Europa e Ásia.
“Os custos logísticos na América Latina são entre 5 e 100% mais elevados do que nos países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), disse Iglesias.
O Secretário Geral Ibero-americano acrescentou que o forte crescimento econômicos que a região registrou na última década “não foi acompanhado com o desenvolvimento da infraestrutura” necessária para aproveitar o pujante setor do transporte internacional de mercadorias.
“Temos de fazer um grande trabalho nos portos para os adaptar à nova realidade que gerará a ampliação do Canal do Panamá”, disse por sua vez o Vice-presidente Corporativo de Infraestrutura da CAF Banco de Desenvolvimento da América, Antonio Juan Sosa.
Sosa esclareceu que, pelo menos no momento, a região “não está preparada para a ampliação do Canal panamenho, que começará a operar no primeiro semestre de 2015 e permitirá a circulação de cargueiros com até 12.600 contentores, quase o triplo do atual.
Sosa propôs a criação de uma estratégia regional para que a América Latina possa realmente entrar a competir no negócio da logística, através de portos que incluam esses serviços.
“Os portos movimentaram-se até agora de uma forma individual, cada um deles procurando o melhor negócio”, mas “as autoridades e os portos privados devem planear em conjunto que é o que a América Latina quer fazer em matéria de logística para o futuro”, disse Sosa.
O Presidente da espanhola Portos do Estado, José Llorca, recordou que 80% da carga do mundo se desloca por mar, através de 151 milhões de contentores que deslocam cerca de 1.500 milhões de toneladas de mercadorias. Llorca referiu que os fluxos de carga variaram substancialmente nos últimos 20 anos, e que agora os principais se observam entre regiões abaixo do hemisfério norte e são mais inter-regionais do que de norte para sul.
O Ministro panamenho de Comércio e Indústria, Ricardo Quijano, destacou os investimentos milionários que o Panamá fez com o objetivo de se consolidar como o centro logístico da região, apesar de ter reconhecido que a infraestrutura de transporte precisa de maior promoção.
“Reconhecemos que os nossos esforços devem continuar”, uma vez que “surgirão maiores procuras” perante as quais devemos “acomodar os sistemas de logística”, que são “um pilar fundamental da nossa economia”, acrescentou o ministro panamenho.
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