O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, abriu a segunda sessão da II Conferência Espanha – Ibero-América de Responsabilidade Social das Empresas ‘Alianças Público-Privadas para o Desenvolvimento’, organizada conjuntamente pela Fundação Carolina e a Fundação Euroamérica na Casa de América de Madri.
O encontro, que foi inaugurado pelo vice-presidente do Governo espanhol, Pedro Solbes, contou também com a presença da secretária de Estado da Espanha para a Cooperação, Leire Pajín e o presidente do Banco Santander, Emilio Botín.
Na sessão titulada “Por que trabalhar mediante alianças público-privadas?”, o Secretário-Geral Ibero-Americano esteve acompanhado pelo ex-presidente da Costa Rica, José María Figueres Olsen e pela diretora do Partnering Initiative, Ros Tennyson, num debate moderado pelo ex-ministro de Economia e Finanças espanhol, Carlos Solchaga.
Promover a coesão social
Em sua intervenção, Enrique V. Iglesias se centrou na responsabilidade social vista desde três pontos de vista: a importância da aliança público-privada em economias mistas, como instrumento de investimento em infra-estruturas e como elemento para fomentar a coesão social.
Iglesias animou aos participantes a impulsionar a aliança entre o setor público e privado dos países latino-americanos para “melhorar o desenvolvimento e compartilhar riscos” frente às enormes demandas de investimento que existem em alguns setores da economia.
Respeito ao papel do Estado na economia, assegurou que “deve estar onde deve estar, e não deve estar onde não deve estar”, em referência à relação de “cumes borrascosos” que ao longo da história mantiveram os setores público e privado na América Latina.
O Secretário-Geral Ibero-Americano afirmou que Estado e empresas devem “procurar uma responsabilidade compartilhada”, fomentando uma aliança que “impulsione a coesão social”, pelo qual teria que apelar a uma “visão estratégica dos dois setores”.
Sobre a coesão social, tema central da próxima Cúpula Ibero-Americana de Santiago de Chile, afirmou que é “muito interessante” a relação entre a cooperação internacional pública e o setor privado.
Destacou que para atingir a coesão social através da responsabilidade social corporativa, é necessário “gerar na sociedade um clima de confiança frente a um projeto coletivo”, para assim conseguir que os cidadãos contribuam.
Aliança público-privado: um imperativo moral
Por sua vez, o ex-presidente costarricense, José María Figueres Olsen, assinalou que a aliança entre o setor público e o privado tem que se realizar, entre outras razões, por um “imperativo ético, moral e porque é o justo e o correto”, fazendo referência a que “se não se faz, não se pode dar oportunidades de bem-estar a milhões de pessoas no mundo que as demandam”.
Para Figueres Olsen, América Latina “tem uma grande necessidade deste tipo de alianças”, para atingir as vantagens que oferece o mundo globalizado, e assim Governos, empresas e cidadãos poderão “trabalhar a favor de uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais sustentável e mais segura”.
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