Finalizou em Montevidéu o encontro que acolheu aos ministros de Transporte e Infra-estrutura da Ibero-América onde se reafirmou a importância das associações público-privadas e no que se ratificou a necessidade de criar um foro de intercâmbio permanente.
Ministros, vice-ministros e representantes de 15 países da Ibero-América participaram do encontro subordinado ao tema "O desenvolvimento das infra-estruturas através das associações público-privadas".
No evento, celebrado em Montevidéu (Uruguai), os ministros redigiram um documento no que se reafirma a importância das infra-estruturas como método essencial para o desenvolvimento sócio-econômico dos países.
"Nosso objetivo principal é melhorar a qualidade de vida dos nossos concidadãos", afirmou o ministro uruguaio das Obras Públicas do Uruguai, Victor Rossi.
No debate se disse que para conseguir o desenvolvimento das infra-estruturas se devem procurar investimentos tanto públicos como privados para atingir um esforço conjunto.
"Se deve conseguir uma forma inteligente de promover a participação privada -disse Rossi– e para isso se deve ter uma atitude flexível".
Essa mesma opinião a compartilhou o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, quem disse que "o setor privado tem um papel que cumprir, mas o Estado também, a chave está no equilíbrio".
Foro de debate da infra-estrutura
Rossi explicou que os participantes no evento tinham solicitado à Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) que coordene e estruture a criação de um Centro de Intercâmbio e Cooperação que sirva de foro de debate sobre infra-estruturas.
"Precisamos ter informação permanente sobre os sucessos e os fracassos e os tropeços para que o resto não tropecemos com a mesma pedra".
Os ministros "reiteraram" às instituições financeiras internacionais a necessidade de aplicar novas regras de cálculo do déficit final para que se possam excluir destas os investimentos nas infra-estruturas.
Importância infra-estrutura na América Latina
Por sua vez, Iglesias destacou a necessidade que a região tem de fazer grandes investimentos nas infra-estruturas para evitar futuras restrições.
"Se não se faz, teremos problemas no futuro porque quando comece realmente o crescimento teremos barreiras insuperáveis", assegurou.
"O tema energético é um deles, numa região que não deveria tê-lo, mas para isso há que investir, e isso se deve fazer agora, no momento do despegue", agregou.
Para consegui-lo, o Secretário-Geral Ibero-Americano assinalou cinco pontos básicos que deveriam cumprir-se.
O primeiro, na sua opinião, é conseguir balanços macroeconômicos; o segundo, conseguir uma harmonização regulatória na região, porque "a integração ajuda e ajuda muito"; o terceiro, conseguir uma maior capacidade de poupança local e conseguir apoio financeiro externo, mas baseado nas moedas locais; o quarto, promover uma cultura de pagamento; e o quinto, a necessidade de difundir ante a opinião pública a importância das alianças público-privadas "para obter o consenso social", explicou.
Finalmente, no ato interveio o vice-presidente do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, quem aplaudiu o "espírito integracionista que se viveu na reunião".
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