Depois de assinar um memorando de entendimento no passado 27 de setembro com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Nova York, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, defendeu num encontro com a imprensa a necessidade de centrar o atendimento dos países ibero-americanos na coesão social.
O Secretário-Geral Ibero-Americano ressaltou a importância de promover a coesão social nos países da região além das diferenças entre os governos em matéria de política econômica.
Neste sentido, afirmou que os países que assistirão à XVII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, que se celebrará em Santiago do Chile no próximo mês de novembro, estão elaborando uma declaração sobre este tema, e que nas reuniões prévias ao encontro se conseguiu definir o que significa coesão social para a região.
Ainda que reconhecesse que as estratégias para atingir a coesão social podem diferir de um país a outro, pelo momento "isto não foi um impedimento para chegar a um acordo”.
“Tenho certeza de que estes diferentes enfoques se verão quando os presidentes façam as suas apresentações (na Cúpula), mas o que precisamos é estar de acordo sobre o tema do qual falamos", afirmou.
Apostar pela coesão social
Segundo Iglesias, o período de crescimento econômico que experimenta Ibero-América na última década é devido, em grande parte, à subida dos preços das matérias primas nos mercados mundiais, o que faz mais urgente aproveitar este bom momento para centrar-se nas debilidades tradicionais da região.
"O tema é como podemos construir um país no qual os cidadãos se sentam parte e se comprometam com um projeto nacional", sublinhou.
Por isso, disse, deve-se apostar por "uma visão que trate de colocar o problema econômico junto ao social e ao político, no referente a relação entre o indivíduo e a sociedade".
"Nos avizinhamos à uma idéia que, por um lado precisamos continuar com o crescimento econômico, que sem isso é muito difícil resolver qualquer assunto social, e pelo outro lado concentrar-nos na distribuição do redito", expressou.
Multilateralismo
Enrique V. Iglesias mostrou-se de acordo com o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, quem no seu discurso de abertura do 62º período de sessões da Assembléia-Geral da ONU, afirmou que o multilateralismo está de volta no cenário mundial.
"No passado houve a tendência de tirar temas de natureza política das Nações Unidas; acho que na atualidade chegou-se à conclusão que tratamos com assuntos globais que requerem respostas globais", disse o Secretário-Geral Ibero-Americano.
Iglesias considerou que "há um redescobrimento" de que os desafios do presente se devem enfrentar com um enfoque global, e o cenário apropriado é a ONU.
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