A Cidade do México acolheu o primeiro dos três seminários “Coesão Social: Inclusão e Sentido de Pertence”, organizados pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) e a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL)
Esta série de três encontros procura aprofundar no debate sobre a coesão social que culminará na XVII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo que terá lugar em Santiago do Chile o próximo mês de novembro.
No encontro da capital mexicana, analisaram-se os principais desafios que enfrentam América Latina e o Caribe na consolidação da coesão social.
Na inauguração do seminário participaram o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, o Secretário Executivo da CEPAL, José Luis Machinea, e a secretária de Relações Exteriores mexicana, Patricia Espinosa.
Melhorar os elementos da coesão social
Durante a sua intervenção, Enrique V. Iglesias assinalou que se “América Latina não melhora as políticas fiscais, fomentando a coesão social, existe o perigo de uma erosão nas democracias da região”, e advertiu que a falta de confiança nas instituições por parte dos cidadãos faz que “exista uma maior violência da que já existe”.
O Secretário-Geral Ibero-Americano fez ênfase na necessidade de incrementar a arrecadação tributária e “aproveitar melhor os recursos econômicos”, com o objetivo de fazer mais eficientes “a educação, a saúde e as capacidades de cada país”.
Segundo Iglesias, “América Latina está a ponto de fechar um dos qüinqüênios mais produtivos dos últimos 25 anos”, o qual “permitirá um crescimento mais acelerado para atender mais rápido aos problemas sociais”.
“Hoje mais do que nunca é válida a meta da integração latino-americana”, disse destacando os avanços em setores como energia e infra-estrutura. “O objetivo da integração deve ser perseguido pelos países, é melhor navegar juntos que o fazer isolados”.
Crescimento e pobreza
Por sua vez, o Secretário Executivo da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), José Luis Machinea, destacou que este ano, “América Latina crescerá um 5 por cento, o maior índice nas últimas duas décadas”.
“Nos últimos quatro anos, a região cresceu mais e melhor do que nos anos passados, reduziram-se os níveis do desemprego, e também diminuíram os níveis de pobreza, especialmente a pobreza extrema” adicionou.
Segundo Machinea, ainda que a região esteja melhor do que quatro anos atrás, os níveis de pobreza seguem “gerando demandas” entre a população, que fazem necessárias políticas sociais e econômicas com “uma urgência especialmente relevante na região”.
Sobre o envio de remessas, o Secretário Executivo da CEPAL indicou que apesar de que se conseguiram reduzir os custos dos envios, ainda devem “estabelecer-se mecanismos para que não se destinem somente à assistência social, senão que se apliquem para melhorar o nível de vida em temas como a educação, o investimento em pequenas empresas ou a construção de moradias”.
Coesão social para reduzir as desigualdades
A chanceler mexicana, Patricia Espinosa, fez um apelo durante a sua intervenção aos países da América Latina e o Caribe a fazer “um esforço conjunto para conseguir uma maior coesão social e reduzir as diferenças entre os estratos mais ricos e mais pobres”.
Espinosa fez ênfase na necessidade de pôr freio à “dilatação das brechas sociais, a insuficiente geração de emprego e ao preocupante crescimento da economia informal”.
“O gasto destinado ao desenvolvimento social deve ser considerado como um investimento estratégico e uma garantia da democracia”, concluiu Espinosa.
Depois do encontro do México, o seguinte terá lugar em Bogotá (Colômbia), e o terceiro em Brasília (Brasil), os dias 1 e 3 de agosto respectivamente.
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