O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, ofereceu no passado 19 de novembro uma palestra na Cannnig House de Londres, na que ressaltou a contribuição da empresa privada à integração ibero-americana.
O evento, moderado pelo presidente da Canning House, Lorde Garel-Jones, contou também com a intervenção de representantes das embaixadas de Brasil, Chile e Espanha.
Acompanhando a Enrique V. Iglesias, e em representação da SEGIB, participou também a Secretária Adjunta da SEGIB, Maria Elisa Berenguer.
Em sua intervenção, Iglesias explicou que existem três modelos de integração: o modelo que passa pela criação de blocos como o Mercosul e o Andino; o baseado em projetos concretos como a energia, as infra-estruturas ou as empresas públicas; e o propiciado por esse tipo de companhias em contínua expansão.
Deste último disse que é o menos conhecido, ainda que todos eles, desde diferentes perspectivas, “convivem com o mesmo objetivo”.
“Não são projetos incompatíveis, senão complementares, mas tem que ter um projeto político que impulsione essa compatibilidade”, explicou.
Sobre as atuais negociações do grupo andino, América Central e o Mercosul com a União Européia (UE), disse que seria “muito importante que culminassem”, embora reconhecesse que, no referente ao Mercosul, “há problemas adicionais”.
Entre os principais desafios da América Latina e o Caribe, o Secretário-Geral Ibero-Americano citou a batalha pela produtividade, que é “atualmente como média um 50 por cento da dos Estados Unidos e um 40 por cento da espanhola”.
A essa batalha tem que contribuir, disse, uma melhora da educação, e não só do acesso aos seus diferentes níveis, senão também da qualidade do ensino.
Outro grande desafio é o fortalecimento das instituições, que continuam na atualidade muito débeis, mediante a criação de organismos reguladores e de controle do mercado e sistemas legais estáveis.
Também mencionou a necessidade de uma maior integração da região nos mercados mundiais, paralelamente à própria integração regional, e lembrou o fato de que o Chile, por exemplo, tem assinados 56 acordos bilaterais de comércio com outros países.
Coesão Social
A coesão social é também um importante desafio regional, destacou Iglesias, e a ela devem contribuir fatores como o crescimento econômico, a confiança nas instituições e uma melhor distribuição da renda, tarefa esta última mais complexa do que a luta contra a pobreza.
Iglesias se mostrou confiado em que a América Latina poderá superar esses desafios graças ao crescimento sustentado, seu combate contra a inflação que teve sucesso, os superávit de conta corrente, uma melhor gestão fiscal do que no passado por parte de todos os governos, a pujança empresarial e a melhora dos termos de intercâmbio no comércio de matérias primas.
Os recursos naturais da América Latina são enormes e têm capacidade suficiente para atender à grande demanda das economias emergentes de Ásia, afirmou Iglesias, antes de dirigir-se à Câmara dos Lores, onde se reuniu com o historiador Hugh Thomas.
Veja todos os assuntos