O VII Relatório Global LATAM 2025, liderado pelo ICEX-Invest em Espanha em conjunto com a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), mostra que as 10 maiores empresas multilatinas geram 73% das suas receitas em outros mercados e empregam 62% da sua força de trabalho no estrangeiro. Estes dados são do novo Índice GLOBAL LATAM Multilatinas (IGLM), que confirma que este grupo de grandes empresas continua a consolidar o seu processo de internacionalização.
Este índice, incluído pela primeira vez, mede as companhias latino-americanas mais internacionalizadas. Também analisa o papel da Espanha como ponte para a Europa para estas empresas e incorpora uma radiografia sobre o investimento latino-americano.
O IGLM de Multilatinas faz a sua análise com base em quatro variáveis: vendas e empregos gerados no exterior, cobertura geográfica ponderada e solvência financeira. Portanto, constitui uma ferramenta única, baseada em uma metodologia inovadora, que permite monitorar as companhias latino-americanas mais globais.
O objetivo final é simples: “oferecer um retrato honesto e replicável da internacionalização latino-americana em um momento em que, para uma nova geração de empresas, o mundo não é mais um destino de exportação, e começa a se tornar a sua base de operações”.
Nesse sentido, o IGML inclui 348 empresas da América-Latina com vendas superiores a US$ 2,5 bilhões de dólares. É liderado por Tenaris (Argentina, metais); Orbia (México, petróleo/químicos); Nemak (México, transporte/manufatura); Bimbo (México, alimentos); Cemex (México, cimento); Mercadolibre (Argentina, serviços de tecnologia); SQM (Chile, petróleo/químicos); Gruma (México, alimentos); Vale (Brasil, mineração); e Minerva Foods (Brasil, alimentos).
Isso confirma a liderança histórica de companhias como Tenaris, Orbia, Bimbo e Cemex, mas, de acordo com o indicador, “por baixo dessa fachada existe um ecossistema muito mais dinâmico do que aquele descrito pelos rankings pré-COVID”.
Isso se explica, em parte, pela forma como o índice pondera quatro dimensões operacionais — vendas, emprego, cobertura e solvência — em vez de se limitar a vendas ou capitalização de mercado. Mas também, “por um universo de empresas latino-americanas que continuaram aprofundando o seu processo de internacionalização nos últimos anos”.
Por país, o Brasil lidera em números absolutos (19 empresas), embora o México tenha a média IGLM mais alta, graças aos modelos de nearshoring financeiro e operacional. E, em relação aos setores, os químicos, de agroindústria e de serviços digitais superam em desempenho outros setores históricos, como o de metais e de combustíveis fósseis.
Espanha, uma plataforma fundamental
O relatório também destaca que o fato de 44 multilatinas terem presença operacional nos Estados Unidos “confirma o magnetismo do maior mercado consumidor do mundo” e aponta, como novidade, que meia dúzia de empresas transferiram os seus centros de engenharia do Vale do Silício para Austin e Phoenix devido aos custos e à proximidade com as fábricas mexicanas.
Destaca-se também o papel da Espanha como uma “plataforma fundamental”, visto que, especificamente, vinte e oito empresas do Top 50 da classificação de multilatinas estabeleceram a sua base de operações europeias neste país.
Em média, essas empresas registram uma pontuação de cobertura geográfica quatro pontos superior à do restante do grupo, o que sugere que “usar a Espanha como hub facilita a diversificação para outros mercados”. E, neste caso, “a combinação de proximidade cultural, incentivos fiscais e acesso à UE começa a se traduzir em uma vantagem competitiva concreta”, de acordo com o Índice GLOBAL LATAM de Multilatinas.
A diferença já não é mais determinada pelo tamanho do “pipeline” de exportação, mas sim pela decisão de estabelecer uma presença direta com capital humano e ativos fixos em mercados terceiros. Esta constatação reforça a tese da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD, em inglês) sobre a transição das multinacionais emergentes da “etapa comercial” para a “etapa de produção distribuída”.
Você pode baixar o relatório Global Latam 2025 aqui (apenas em espanhol) com todas as informações sobre o Índice GLOBAL LATAM de Multilatinas.
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