No marco da Feira do Livro de Madri de 2007, o Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina, o Caribe, Espanha e Portugal (CERLALC) e a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) apresentaram as iniciativas encaminhadas a dedicar a Feira do 2008 à Latino-América.
Num encontro com jornalistas realizado na sede da SEGIB em Madri, a diretora do CERLALC, Isadora de Norden, explicou que se instalou um stand na Feira do Livro de Madri dedicado aos autores latino-americanos, sobretudo àqueles que, ainda sendo reconhecidos em seus países, foram escassamente distribuídos na Espanha.
A SEGIB e CERLALC organizaram, ademais, duas mesas redondas para estudar os problemas na distribuição dos livros latino-americanos na Espanha.
A primeira delas terá lugar na quarta-feira dia 30 de maio no Pavilhão Carmen Martín Gaite da Feira do Livro, sob o título “Do Boom ao Boomerang: diálogo sobre a Nova Literatura Latino-americana”, e na que intervirão os escritores Rodrigo Fresán (Argentina), Santiago Roncagliolo (Peru), Juan Gabriel Vásquez (Colômbia), entre outros.
A segunda delas, “O livro latino-americano na Espanha: ¡Equilibremos a balança!”, terá lugar na quinta-feira dia 31 de maio na Casa de América de Madri. Nela, estarão presentes, entre outros, editores como Ricardo Nudelman (Fundo de Cultura Econômica), Nicanor Vélez (Galáxia-Gutenberg), Adolfo García Ortega (Grupo Planeta) e Eduardo Luchsinger (Santillana).
Comércio do livro em Ibero-América
No encontro com a imprensa estiveram presentes também o Diretor de Cultura da SEGIB, Ramiro Osorio; o subdiretor de Livro e Desenvolvimento, Richard Uribe; o especialista em Indústrias Culturais, Bernardo Jaramillo; e o Gerente Geral do Fundo de Cultura Econômica, Ricardo Nudelman. Todos coincidiram na importância do livro como veículo da integração ibero-americana.
Não obstante, tal e como assinalou Uribe, existem alguns problemas no intercâmbio comercial do livro entre a Espanha e América Latina, e na atualidade o tráfico é “substancialmente mais nutrido da Espanha para América do que ao contrário”, postura que compartilharam todos os presentes.
Por sua vez, Nudelman afirmou que “a produção literária latino-americana encontra muitas dificuldades para penetrar no mercado espanhol” e assinalou que é preciso desenhar uma “fórmula para equilibrar a balança comercial”, de maneira que, equitativamente, satisfaçam os interesses de todos.
Bernardo Jaramillo adicionou que mais do que “equilibrar a balança”, a estratégia deve enfocar-se a fazer “crescer o comércio do livro entre todos os países ibero-americanos”.
“Trata-se de fortalecer a relação com os distribuidores e os livreiros espanhóis, criar alianças estratégicas com eles e, claro, com as instituições culturais”, adicionou.
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