Em um painel intitulado «Cooperação Sul-Sul e Triangular na Ibero-América e além. Experiências compartilhadas para um futuro sustentável», realizado hoje em Sevilha no marco da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), o Secretário-Geral Ibero-americano, Andrés Allamand, destacou como, diante do desafio de encontrar soluções inovadoras e coletivas frente aos desafios globais com menos recursos, «emerge com força o papel que a Cooperação Sul-Sul (CSS) e a Triangular (CT) podem desempenhar no futuro na Ibero-América».
Do mesmo modo, sublinhou a necessidade de avançar na geração de índices multidimensionais de desenvolvimento que vão além da métrica do PIB. «Desde a SEGIB estamos desenvolvendo uma proposta que estamos trabalhando com os países, para a construção de um índice Multidimensional da CSS. Trata-se de avançar na medição não apenas de quanta cooperação é feita, mas também de como é realizada, com quem e em quais temas é feita. A possibilidade de dispor deste índice contribuirá para o fortalecimento da Ibero-América e da CSS e CT e, em última instância, para encontrar soluções compartilhadas, inovadoras e horizontais aos enormes desafios atuais».
Após a fala do Secretário-Geral Ibero-Americano, moderados pela Secretária Ibero-americana de Cooperação, Lorena Larios, intervieram representantes de diversos países para abordar os desafios de suas cooperações diante de um mundo que enfrenta cortes orçamentários, uma crise do multilateralismo e um retrocesso em temas de igualdade.
«Diante dos atuais desafios globais, somos chamados a repensar o valor agregado e a medição da cooperação ibero-americana para entender o que ela oferece às políticas públicas», destacou a Vice-Ministra de Cooperação Internacional do Ministério da Economia, Planejamento e Desenvolvimento da República Dominicana, Olaya Ondina, que também lembrou da necessidade de explicar à cidadania o aporte da cooperação: «É necessário um esforço pedagógico para explicar a importância da cooperação e o papel relevante da CSS e CT na construção de bens públicos internacionais e estratégicos como a inovação e o conhecimento».
Por sua vez, o Diretor Executivo da Agência Chilena de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AGCID), Enrique O’Farrill-Julien, afirmou que, para tornar a cooperação mais eficaz, é preciso continuar criando alianças com diferentes atores e medir o impacto da cooperação ibero-americana. Nesse mesmo sentido, o Diretor Executivo da Agência Uruguaia para o Desenvolvimento Internacional, Martín Clavijo, destacou que é necessário avançar na criação de alianças multissetoriais para maximizar a eficácia da cooperação: «É necessário manter esse vínculo essencial entre países e instituições e compartilhar experiências. Não se trata de uma questão Norte-Sul, e sim de trabalhar a partir da horizontalidade».
A Diretora Geral Adjunta do Departamento de Estratégia de Operações da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Mayumi Endoh, foi além ao apontar o conceito de circularidade na cooperação, no qual diferentes atores trabalham juntos para implementar práticas de economia circular. Por sua parte, a Diretora de Cooperação com a América Latina e o Caribe da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, AECID, Laura Oroz, falou sobre responsabilidades compartilhadas para fortalecer um Sul mais global e um modelo de cooperação estratégico, fazendo referência à CSS e à CT.
Por fim, o representante marroquino, Chefe de Cooperação Triangular e Desenvolvimento da Agência Marroquina de Cooperação Internacional, Mohamed Hicham Baiz, afirmou que a cooperação triangular é um pilar estratégico da sua cooperação e ressaltou a importância de olhar para a Ibero-América.
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