ENCONTRO DE SEGURANÇA VIÁRIA
PARA A IBERO-AMÉRICA E O CARIBE
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Encontro de Segurança Viária
para a Ibero-américa e o Caribe

Protegiendo Vidas • Protegendo Vidas • Saving Lives

A Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), a Direção-Geral de Tránsito (DGT) da Espanha, a Fundação FIA (Federação para o Automóvel e a Sociedade), a Fundação MAPFRE, o Serviço Mundial para a Segurança Viária do Banco Mundial com o apoio da Comissão Regional para a Segurança Viária e o Real Automóvel Club de Catalunha (RACC), celebraram em Madri uma importante reunião de alto nível sobre segurança viária:

Novidades

Revista DGT “Tráfico y Seguridad Vial” pdf
www.dgt.es/revista

DIscurso de Inauguração

INTERVENÇÃO DO SECRETÁRIO-GERAL IBERO-AMERICANO, Enrique V. Iglesias,

PRIMEIRO ENCONTRO DE ALTO NÍVEL DE SEGURANÇA VIÁRIA NA IBERO-AMÉRICA E O CARIBE EISEVI,
Cerimónia de Abertura

ENRIQUE V. IGLESIAS:

- Senhora Vice-presidenta Primeira do Governo Espanhol,

- Senhora Vice-presidenta do Banco Mundial,

- Senhores Ministros,

- Senhor Presidente do Conselho da Fundação Federação Internacional do Automobilismo,

- Autoridades,

- Embaixadores,

- Señoras, señores,

- Ladies and gentlemen,

- É para mi uma honra dar-lhes as boas-vindas a este Encontro de Segurança Viária para a Ibero-América e o Caribe que, com o lema “Protegendo vidas”, temos organizado com a colaboração de várias instituições amigas. Sem elas não teria sido possível celebrar este Encontro, e estou, por isso, sinceramente agradecido.

- A Secretaria-Geral Ibero-Americana é o Organismo de apoio institucional e técnico da Conferência Ibero-americana, composta pelos 22 países de línguas espanhola e portuguesa da América Latina e a Península Ibérica. Um espaço aberto ao mundo, que quer fazer uma contribuição positiva à comunidade internacional.

- Este amplo espaço de concertação e de cooperação aborda âmbitos de interesse para os nossos Estados e para os nossos cidadãos. Desde as migrações até a coesão social e a juventude, trabalhamos em tudo aquilo que interessa às sociedades ibero-americanas e que incide positivamente no desenvolvimento das mesmas.

- A Segurança Viária não é uma excepção. Trata-se dum tema cuja importância pôs em relevo o Relatório Mundial sobre Prevenção dos Traumatismos causados pelo Trânsito, que foi apresentado em 2004 pelo Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde. Esse relatório chamou a atenção da comunidade internacional sobre uma sangria intolerável. É por isso uma honra que você Excma. Senhora Cox, esteja hoje connosco.

- Quando foi apresentado esse relatório, um dos nossos Chefes de Estado ibero-americanos, o Presidente Lula da Silva de Brasil, solicitou “um debate sistemático e profundo dum tema que afecta à saúde de todos”. Nesse mesmo espírito, as duas últimas Cimeiras Ibero-americanas, de Santiago e de San Salvador, tem encarregue à nossa Secretaria o seguimento da questão e da convocatória deste Encontro, assim como caminhar para a consolidação da Associação Ibero-americana de Segurança Viária, e ao estabelecimento dum observatório e de planos regionais de Segurança Viária.

- Os números são dramáticos, inassumíveis. Mais de 120.000 pessoas morrem cada ano nas nossas estradas por acidentes de trânsito, e são muitas mais as que ficam impedidas e incapacitadas para o resto da vida, com custos que alcançam o 2% do PIB dos nossos países. A sinistralidade nas estradas da Ibero-América e do Caribe está a levar pela frente uma boa parte da nossa juventude. Os acidentes de trânsito já são a primeira causa de morte entre os ibero-americanos de entre os 5 e os 44 anos. A isso é preciso adicionar milhares de feridos.

- Produz-se um terrível paradoxo: os mesmos sistemas de transporte, que são um aspecto decisivo da modernidade, os mesmos sistemas que levam à mobilidade da vida, ao contacto entre pessoas e à maior independência das mesmas, são aqueles que causam a morte.

- Os mesmos sistemas que levam ao desenvolvimento, são também aqueles que fazem com que milhares de famílias cada ano caiam na pobreza, quando a pessoa que resulta morta ou ferida é a única manutenção do lar.

- Uma pesada carga de morte e deficiência que cai com toda a força nos países de ingressos baixos e meios, a lastrar o seu desenvolvimento, o seu orçamento, os seus serviços públicos, as suas expectativas. Mais uma amostra da desigualdade, porque com frequência as vítimas são os utilizadores da estrada mais vulneráveis: os pedestres, os ciclistas, os motociclistas.

- O Foro que inauguramos hoje tem quatro características principais:

1. A primeira é a relevância dos actores envolvidos. Contamos com a presença


- Dos Governos nos âmbitos de transporte, saúde, agentes da ordem, educação, infra-estruturas e finanças.

- Da Sociedade Civil com académicos, fundações, clubes de automobilismo e organizações profissionais.

- Do sector privado, com construtores de estradas, fabricantes de automóveis, companhias de seguros e utentes das estradas


2. A segunda característica é a presença das alianças público-privadas. Todos estamos vinculados e todos partilhamos responsabilidades para resolver os desafios que afrontamos.


3. Em terceiro lugar, gostaria destacar a participação activa no Encontro dos povos irmãos do Caribe. São países próximos e afins, e sociedades com problemáticas muito similares às de numerosos países ibero-americanos. Agradecemos a sua participação e congratulamo-nos sinceramente por ela.

4. O Encontro, em quarto lugar, apresenta-se desde uma perspectiva integral das problemáticas abordadas. Vamos tratar dos três componentes do sistema de Segurança Viária:


- Das estradas: a sua construção, manutenção, sinalização e melhora.

- Dos veículos: a sua manutenção, equipamento e sustentabilidade..

- Dos utentes: da sua formação e comportamento

- Este foro está aberto não apenas aos países ibero-americanos e do Caribe, mas ao conjunto da comunidade internacional.


- Desejamos partilhar esta reflexão e estes esforços que nos temos proposto com cinco dos objectivos específicos:

- Procuramos obter conclusões orientadas à acção para a consecução de resultados tangíveis.

- Queremos comunicar, chamar a atenção duma opinião pública que é a mais afectada pelo problema da Segurança Viária. Por isso, com respeito pela dor deles e agradecimento pelo seu compromisso, temos querido ouvir as vozes das vítimas.

- Temos a ideia de contribuir ao desenvolvimento de Planos regionais e nacionais de Segurança Viária, a consolidar a Associação Ibero-americana de Segurança Viária e a construção dum Espaço Ibero-americano de Segurança Viária.

- Queremos potenciar, ainda mais, a presença da Segurança Viária nas agendas políticas dos Governos e das organizações internacionais. As contribuições e conclusões deste Encontro serão elevadas à XIX Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo que acontecerá no próximo Novembro em Portugal.

- Queremos, por último, ajudar a mobilizar o apoio ibero-americano e regional perante a premera conferência mundial de alto nível que acontecerá em Moscovo sob os auspícios da ONU, ainda em Novembro deste ano.

- Senhoras e senhores,

- No longo percurso da vida, todos somos pedestres, passageiros e condutores. A nossa Secretaria, que não é perita nestes temas, mas que trata assuntos que vão desde a educação infantil aos adultos idosos, quer acompanha-los no seu trabalho e ajudar nos seus objectivos. Há muito para partilhar e muito por evitar.

- Partilhar as boas práticas e as experiências positivas que ao longo de toda a nossa região, de Peru até Jamaica, de México até Espanha ou Bogotá, estão protegendo vidas.

- Evitar a competência entre opções paralelas e o desperdiço de recursos. Queremos potenciar o trabalho em rede, seja desde a Comissão Regional para América Latina e o Caribe ou desde a Associação Ibero-americana para a Segurança Viária. O valioso trabalho em curso deve ser posto em comum, pois comuns são os nossos objectivos.

- A região precisa, e merece, um mecanismo eficaz e estreitamente coordenado. A pessoa que se salve de morrer, ou aquela que se salve de ficar destruída por um acidente de trânsito, no vai perguntar pelas siglas, os directores, ou o financiamento da instituição que a salvou; mas, sem dúvida, agradecerá a existência dum mecanismo eficaz de prevenção, que lhe continuará a permitir ter uma vida produtiva e em paz com a sua própria gente.

- É este, portanto, um Encontro que tem dois objectivos principais:

- ser um foro para forjar consensos sobre planos e prioridades entre actores que antes estavam afastados.

- fazer um chamamento para que esta crise económica e financeira internacional, que é muito profunda e cujos limites e duração ainda são desconhecidos, não reduza os recursos dedicados à Segurança Viária pelos países, os Bancos de desenvolvimento e as Organizações Internacionais.

- Diz o brasileiro Paulo Coelho que “é a possibilidade de realizar um sono que torna a vida interessante”. Por isso proponho que desde a profunda proximidade à realidade, sonhemos juntos que a epidemia dos acidentes de trânsito pode ser vencida. Continuemos “protegendo vidas”.

- Muito obrigado.


INICIO

ConclusÕes

CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES PRELIMINARES, “PRINCÍPIOS DE MADRID”

Com mais de cento e vinte e cinco mil mortos anuais e sendo a principal causa de mortalidade dos jovens da região, os sinistros viários constituem na Ibero-América e no Caribe um problema de primeira importância cujo tratamento requer dum esforço equivalente, assim como dum grau de implicação tanto a nível nacional como internacional e, nomeadamente, da Comunidade Ibero-americana e do Caribe.

Neste contexto e em cumprimento do mandato recolhido no ponto 31 do Programa de Acção da Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo de São Salvador de Outubro de 2008, a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) celebrou o Encontro de Segurança Viária para a Ibero-América e o Caribe Protegendo Vidas- EISEVI. Este encontro foi organizado pela SEGIB junto com a Direcção-Geral de Trânsito da Espanha (DGT), o Banco Mundial através da Facilidade Global para a Segurança Viária (GFRS), a Fundação FIA para o Automóvel e a Sociedade, a Fundação MAPFRE. Igualmente tem contado com o apoio da Comissão Transitória de Segurança Viária para América Latina e o Caribe e o Real Automóvel Clube da Catalunha (RACC). A Secretaria-Geral Ibero-Americana agradece o apoio e os esforços de todas as instituições implicadas.

Este Encontro contou com 680 participantes, entre os que cabe destacar 14 Ministros e Vice-ministros, 48 conferencistas e moderadores, 12 Organismos Internacionais, e 60 meios de comunicação acreditados. Têm participado representantes de 35 países, na sua maior parte da Região Ibero-americana e do Caribe. Agradecemos que tenham estado connosco profissionais da Eslováquia, Estados Unidos, Estónia, Federação Russa, França, Itália, Marrocos, Reino Unido e Ucrânia.

O Encontro de Segurança Viária para a Ibero-América e o Caribe “Protegendo Vidas”, em estreita colaboração com organizações internacionais e nacionais e com a sociedade civil, tem permitido avançar na formação de consensos sobre princípios, critérios e boas práticas da segurança viária nos nossos países, mediante planos estratégicos conducentes à implementação das recomendações do Relatório Mundial para a Prevenção de Lesões por Sinistros de Trânsito da Organização Mundial da Saúde e do Banco Mundial.

A seguir são listados os Princípios de Madrid:

  1. A segurança viária deve constituir uma Política de Estado, inclusiva dos seus três poderes, Legislativo, Executivo e Judicial, formulada com a participação e o consenso das forças políticas de cada país.
  2. O Encontro pôs de manifesto a vontade de todos os actores participantes para avançar na construção dum Espaço Comum Ibero-americano e do Caribe de Segurança Viária.
  3. Os países são responsáveis de promover as suas capacidades em matéria de segurança viária o qual implica contar com:

    - Um órgão estatal responsável

    - Um sistema fiável e objectivo de recolhida e tratamento de dados

    - Uma estratégia e um plano de acção

    - Recursos adequados

    - Intervenções multissectoriais e focalizadas que façam referência a infra-estruturas seguras e à utilização de capacetes e cintos de segurança e previnam a condução sob os efeitos do álcool e as drogas, assim como o excesso de velocidade

    - Reforço das capacidades nacionais e da cooperação internacional

    No Encontro foram apresentados alguns exemplos de Histórias de Sucesso em várias das áreas indicadas.

  4. Anima-se aos países a que abordem a segurança viária com base na ideia de “sistemas seguros”, que envolvem tanto ao utente como à estrada e ao veículo com o intuito de minimizar os danos, com independência da eventual comissão de erros humanos
  5. - Parte principal deste método é a avaliação sistemática e melhora da capacidade viária

    - A segurança viária deve ser um factor primordial no planeamento, desenho, construção e manutenção de estradas.

  6. O período 2010-2020 deveria ser declarado Década Mundial da Segurança Viária. As actividades que nela sejam desenvolvidas deveriam conduzir para uma redução substancial das taxas de mortalidade previstas. Anima-se aos países a pôr em funcionamento essas acções para chegar às metas de redução do 50 % do incremento esperado em vítimas mortais por acidentes viários em 2020. Adicionalmente, seria oportuno que os países estabelecessem metas realísticas a meio prazo, como tem proposto as Nações Unidas.
  7. As organizações multilaterais globais e regionais deveriam reconhecer que a segurança viária constitui um aspecto crítico do desenvolvimento da Região, pelo que deve ser adicionada às suas agendas regionais com carácter prioritário. A esses efeitos é preciso assegurar que a Facilidade Global para a Segurança Viária conte com os recursos necessários.
  8. Aos efeitos de dispor de recursos adequados para a segurança viária, é relevante o chamado formulado pela Comissão da Segurança Viária Global de investir um mínimo de 10% de todos os custos de infra-estruturas de transporte, em segurança viária.
  9. A segurança viária é uma matéria multissectorial que deve ser tratada pelos Governos, e as Administrações locais, regionais e federais, com a participação da sociedade civil e o sector privado.
  10. Os sistemas de autoridade eficazes constituem um elemento fundamental das políticas de segurança viária. A percepção das sanções como lógicas e razoáveis, a igualdade de todos perante a lei, ao igual que evitar a sensação de impunidade e de falta de transparência do sistema, são factores de vital importância para a sua aceitação por parte dos cidadãos.
  11. Os meios de comunicação têm um papel fundamental na sensibilização e geração da vontade política para uma maior segurança viária. A reconhecer estas capacidades animamo-los a ter um papel mais activo e eficaz para informar responsavelmente sobre esta epidemia aos cidadãos e os poderes públicos.
  12. As vítimas são uma parte essencial da segurança viária. Apoiamos a iniciativa de promover a criação duma Federação Ibero-americana e do Caribe das associações de vítimas dos sinistros de trânsito e celebrar um encontro nesse sentido ainda neste ano.
  13. A considerar que os sinistros viários são uma importante e urgente ameaça nos países da região, animamos aos governos, às Organizações internacionais, à sociedade civil e ao sector privado a que apoiem e participem activamente no desenvolvimento de maneiras de colaboração que facilitem o trabalho conjunto da Associação Ibero-americana de Segurança Viária e a Comissão Transitória de Segurança Viária para América Latina e o Caribe, e fortaleçam as capacidades nacionais e regionais para diminuir a sinistralidade e as vítimas. Isto representa um passo importante para a nossa região, pelo que instamos à plena participação de todos os actores aludidos.
  14. Anima-se aos países da Região a participar activamente na Reunião Ministerial Global de Moscovo organizada pelas Nações Unidas, e a implementar as recomendações que derivem da mesma. Ao efeito, insta-se aos países ibero-americanos e do Caribe a coordenar posições.
  15. É preciso tentar que a actual crise financeira e económica internacional não impacte negativamente nos recursos destinados à segurança viária.
  16. Os participantes manifestam à Secretaria-Geral Ibero-Americana e ao Comité Organizador o seu reconhecimento pela excelente preparação e desenvolvimento deste encontro, e propõem a celebração duma segunda edição em 2011, com o intuito de continuar protegendo vidas.

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