Primeira Jornada do Primeiro Encontro Ibero-Americano e do Caribe sobre Segurança Viária

Vice-Presidente Primeira do Governo da Espanha, María Teresa Fernández de la Vega, inaugurou  em um hotel de Madri junto a outras personalidades o Primeiro Encontro Ibero-Americano e do Caribe sobre Segurança Viária. A jornada inaugural esteve marcada pelo emotivo testemunho de duas vítimas de acidentes…

Vice-Presidente Primeira do Governo da Espanha, María Teresa Fernández de la Vega, inaugurou  em um hotel de Madri junto a outras personalidades o Primeiro Encontro Ibero-Americano e do Caribe sobre Segurança Viária. A jornada inaugural esteve marcada pelo emotivo testemunho de duas vítimas de acidentes de tráfico, a espanhola Mar Cogollos e a uruguaia Alejandra Forlán, que desde suas cadeira de rodas contaram suas experiências, pediram a mobilização social contra esta desgraça e advertiram de que a imensa maioria da sinistralidade em nossas estradas pode-se e deve evitar.

Durante a cerimônia de abertura intervieram junto a Vice-Presidente espanhola, o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, a Vice-Presidenta do Banco Mundial, Pamela Cox, o Presidente de Costa Rica, Oscar Arias (por vídeo-conferência), o Presidente da Fundação da Federação Internacional de Automobilismo, Carlos Macaya, e  o Presidente de MAPFRE e Fundação MAPFRE, José Manuel Martínez.

Iglesias destacou que este Encontro dedica-se ao objetivo destacado por seu lema: “Protegendo Vidas”. Qualificou de “dramática e inadmissível” a cifra de 120.00 mortos ao ano nas estradas da Ibero-América e do Caribe, principalmente jovens de menos de 45 anos. “São – disse – mais mortos que as vítimas civis que produziu o conflito no Iraque durante cinco anos”.

O Secretário-Geral assegurou que as conclusões que produzam os políticos, ministros e especialistas de todo o mundo que intervêm no Encontro serão elevadas aos Chefes de Estado e de Governo que se reunirão na próxima Cúpula Ibero-Americana que se celebrará este novembro em Portugal. Assim mesmo, os reunidos farão um esforço de consenso e de convergência que seja útil à Conferência Mundial de Segurança Viária que se celebra em Moscou no próximo novembro.

Pamela Cox deu as cifras do custo econômico que supõem os acidentes de tráfico, entre o 1 e o 1,5 por cento do PIB de países pouco ou médio desenvolvidos. A Vice-Presidente do Banco Mundial pediu um claro compromisso dos Governos com o setor privado para unir forças contra este drama.

O Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, mandou por vídeo a mensagem de que “há que ganhar esta guerra que se dá em caminhos e estradas” e insistiu em que “a principal ferramenta para a segurança viária será sempre o respeito à vida”.

Carlos Macaya, da FIA, disse que, efetivamente, “a sinistralidade em nossas estradas é uma epidemia global, mas tem soluções”. Hoje há 1.220.000 mortos ao ano no mundo e de ordem de 50 milhões de contundidos, alguns de muita gravidade, “para 2020 estas cifras pode-se duplicar se não atuamos agora, se não atuamos já”.

José Manuel Martínez, Presidente da Fundação MAPFRE, referiu-se a esta desgraça “como um dos problemas de saúde pública mais graves do mundo”. E disse que a Organização Mundial da Saúde já está considerando que, em 2020, os três maiores problemas sociais serão as lesões cardiovasculares, as doenças mentais e os acidentes de tráfico.

Martínez destacou o papel das asseguradoras, advogou pela colaboração público-privada e comentou  que “a segurança viária é um problema demasiado grave, como para deixá-lo só nas mãos das administrações públicas” para o que reivindicou o papel da sociedade civil e a iniciativa privada.

A Vice-presidenta da Espanha, que recordou as cifras já manejadas, destacou: “Não podemos permitir-nos uma atitude nem de resignação nem de estoicismo ante este problema global”. Fernández de la Vega insistiu em que a “Ibero – América tem a taxa de mortalidade mais alta de todo o mundo” mas assegurou que não irá a mais, que a Comunidade já destacou como prioridade política cortar este problema”.

A Vice-presidenta destacou a criação da Associação Ibero-Americana de Segurança Viária e anunciou sua proposta de criar uma base de dados comum na Ibero – América para estudar as causas mais comuns nos acidentes, ver que medidas podem-se aplicar em cada caso e, em fim, reunir esforços nas campanhas de sensibilização ante a opinião pública.

Tanto Mar Cogollos, no plenário, como Alejandra Forlán, na roda de imprensa posterior, detalharam suas experiências com dramatismo, emoção e serenidade. E ambas coincidiram em que um acidente grave pode acontecer a qualquer um, mas pode-se prevenir. “Atrás das cifras –vieram a dizer- há sempre uma pessoa”.

O Encontro está organizado em diferentes apresentações nas que intervêm expertos de todo o mundo e autoridades políticas de alto nível, em muitos casos ministeriais, de Interior, Transporte, Saúde ou de Infra-estruturas. A sessão de clausura está prevista para a última hora da manhã, horário de Madri, do dia 24 de fevereiro com a leitura das Conclusões.  
 

 

 

 

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