Pela primeira vez no Brasil, exibe-se a exposição “200×200″ do fotógrafo argentino Daniel Mordzinsky

O Escritório de Representação da SEGIB no Brasil, conjuntamente com a Casa da Cultura da América Latina da Universidade Nacional de Brasília e o Instituto Cervantes de Brasília, uniram esforços para que a exposição de 200 retratos de 200 escritores ibero-americanos do argentino Daniel Mordzninsky…

O Escritório de Representação da SEGIB no Brasil, conjuntamente com a Casa da Cultura da América Latina da Universidade Nacional de Brasília e o Instituto Cervantes de Brasília, uniram esforços para que a exposição de 200 retratos de 200 escritores ibero-americanos do argentino Daniel Mordzninsky chegasse ao país pela primeira vez.

Durante todo o mês de julho, o Museu Nacional do Complexo Cultural da República em Brasília acolhe esta exposição no imponente quadro do seu espaço cultural – desenhado pelo gênio de Óscar Niemeyer – por ocasião da celebração dos 200 anos das independências latino-americanas e, em particular este ano, o bicentenário da Constituição de Cádiz.

No seu discurso de abertura, o Diretor do Museu, Wagner Barja, expressou a sua imensa alegria por expor este diálogo entre “as imagens e as letras” ibero-americanas, do mesmo modo que o Diretor da Casa da Cultura da América Latina, Zulu Araújo, celebrou a realização desta exposição em Brasília, quando o Festival Latino-Americano e Africano de Cultura (FLAAC) festeja os 50 anos da Universidade Nacional de Brasília. Araújo afirmou que esta exposição é uma mostra do respeito pelas diferenças no sonho de integração dos países da América Latina.

O Diretor do Escritório de Representação da SEGIB para o Brasil, Germán García da Rosa, agradeceu a ocasião que permite aproximar os brasileiros e os visitantes do museu de um olhar de pluralidade da literatura ibero-americana, que contém rostos conhecidos de autores premiados internacionalmente, e outros com vozes menos conhecidas mas de enorme qualidade e contribuição para a cultura ibero-americana. Na opinião do Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, todos os “filhos de um grande território que vai mais além das fronteiras”. Neste processo contou-se com o apoio da Organização dos Estados Ibero-Americanos em Brasília (OEI).

Durante a inauguração, o Reitor da Universidade Nacional de Brasília deu as boas-vindas a vários embaixadores e adidos culturais tanto ibero-americanos como do resto do mundo, assim como a personalidades acadêmicas e estudantes.

O trabalho de Mordzinski foi realçado no mesmo dia da inauguração com a presença de três autores que proferiram uma conferência no Auditório do Museu Nacional, coordenada pela FLAAC e pelo Instituto Cervantes. Tratou-se da escritora cubana Wendy Guerra, do colombiano Santiago Gamboa e do brasileiro Antonio Miranda.

Entre histórias sobre a ligação entre os autores latino-americanos em volta do mudo e com mais de 50 anos de carreira (Miranda), juntamente com as linhas imaginárias da fronteira ibero-americana que vão desde as fronteiras da Colômbia, Paris ou Nova Deli (Gamboa) e aproximando a solidão do escritor perante a folha em branco (Guerra), juntou-se na mesa de debate o reconhecimento pela sabedoria e delicadeza do fotógrafo Daniel Mordzinski para criar uma fotografia que “com a sua imagem vale mais do que mil palavras escritas”.

A cubana Wendy Guerra é autora, entre outros, do romance “Nunca fui primeira dama”, publicado e adotado por várias escolas do Brasil. Formada em cinema pelo Instituto Superior de Artes de Havana, foi a personalidade homenageada na Festa Internacional do Livro de Paraty em 2010.

O colombiano Santiago Gamboa, radicado em Roma, estudou literatura na Universidade Javeriana de Bogotá. Em Espanha formou-se em Filologia Hispânica; em Paris estudou literatura cubana e os seus livros têm sido traduzidos em várias línguas, incluindo em português. Hoje em dia, Gamboa é considerado um dos maiores nomes da literatura colombiana do seu tempo.

Antonio Miranda é membro da Academia das Letras do Distrito Federal, Brasília. A sua obra inclui poesia, romance e teatro. Colaborou com revistas e suplementos literários no Brasil, Argentina e Venezuela. Foi o primeiro Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, além de ser coordenador de pós-graduação de Ciências da Informação na Universidade Nacional de Brasília. Entre as suas obras conta-se “O teu país está feliz”, estreada no teatro Anteneo de Caracas em 1971, com os poemas do autor.

Conhecido como o “fotógrafo dos escritores”, Daniel Mordzinski (Buenos Aires, 1960), trabalha há mais de 30 anos num ambicioso “atlas humano” da literatura Ibero-Americana. Argentino estabelecido em Paris, retratou os protagonistas mais destacados das letras ibero-americanas.

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