Os libertadores da América Latina, em oito filmes

Uma coleção de oito filmes com o título “Libertadores” mostra a faceta mais humana e ideológica das figuras mais relevantes da luta pela independência da América Latina e as vivências de José Martí, Miguel Hidalgo ou José de San Martín com o olhar da própria…

Uma coleção de oito filmes com o título “Libertadores” mostra a faceta mais humana e ideológica das figuras mais relevantes da luta pela independência da América Latina e as vivências de José Martí, Miguel Hidalgo ou José de San Martín com o olhar da própria região.

A série “Libertadores”, que na América Latina estreará nos cinemas e na televisão, foi apresentada na quinta-feira, 10 de março na sede da SEGIB em Madrid pelo secretário-geral ibero-americano, Enrique V. Iglesias, o embaixador para os Bicentenários, Felipe González, e o presidente da Corporação Radio Televisão Espanhola (RTVE), Alberto Oliart, entre outros.

As quatro primeiras fitas já foram rodadas e narram a vida de José Martí (Cuba), Miguel Hidalgo (México), José de San Martín (Argentina) e José Artigas (Uruguai).

Completarão a coleção o venezuelano Simón Bolívar, o peruano Tupac Amaru, o brasileiro Joaquín José Da Silva Xabier, “Tiradentes”, e o chileno Bernardo O’Higgins.

A coleção de filmes, da que são co-produtores a Televisão Espanhola (TVE), Wanda Films e Lusa Films, dá especial ênfase não só aos fatos históricos, mas sobretudo à faceta mais humana dos libertadores latino-americanos com o objetivo de dar a conhecer o seu pensamento e obra.

Como embaixador para os Bicentenários, Felipe González, ex-presidente do Governo espanhol, destacou que “Libertadores” é um olhar da América Latina sobre o seu processo de independência através da figura dos libertadores.

“É o seu próprio olhar, uma reflexão sobre si mesmos”, afirmou, antes de insistir que o que o papel de Espanha na comemoração dos bicentenários é apenas de “acompanhamento”.

González valorizou o fato de se “dar voz aos que têm de a ter para interpretar o seu devir histórico” e desejou que o mesmo ocorra com as atuais revoltas nos países árabes uma vez que, na sua opinião, estas podem derivar numa “tragédia interpretativa”.

Na sua opinião, as revoltas nestes países são “muito” parecidas com o início dos processos de independência na América Latina.

Além disso, todos os participantes no evento referiram a língua espanhola como um vínculo de união deste país com a América Latina e acordaram quanto à obrigação de defender este “grande património” que é falado por 500 milhões de pessoas no mundo.

Felipe González referiu este assunto que, além de ser um “veículo de comunicação”, tem uma dimensão cultural, que “se funde e nos faz sentir como nossas personalidades cujo vínculo comum é a língua”.

Cada uma das repúblicas latino-americanas participa através de co-produtores próprios de primeira linha no filme dedicado ao seu libertador.

Neste sentido, Enrique Iglesias referiu que os filmes têm produção espanhola, mas diretores, equipa técnica e atores latino-americanos, uma vez que assim se “obtém o olhar” da região, opinião partilhada pelo produtor José María Morales (Wanda Films), que afirmou que nesta série “se deixa falar a América”.

Destacou a força do cinema para dar a conhecer estes libertadores e considerou “bom e saudável” que “a Espanha de hoje, antiga colonial, acompanhe esta celebração do bicentenário.”

Alberto Oliart também se expressou deste modo ao afirmar que os processos de independência da América Latina também fazem parte da “nossa história” e que “as ex-colónias, transformadas em nações, engrandecem Espanha”.

O ator espanhol Sancho Gracia, da Lusa Films, explicou que participa nesta coleção de filmes por “nostalgia, amor, carinho e memória” e por causa da Guerra Civil espanhola (1936-1939), teve de emigrar com a sua família para o Uruguai.

 “José Martí: o olho do canário”, dirigido pelo cubano Fernando Pérez, narra a vida do libertador cubano e acumula já catorze prémios na sua passagem por diferentes festivais.

O filme dedicado a general San Martín, “Revolução, a passagem dos Andes”, é protagonizado por Rodrigo de la Serna e estreia no próximo mês da Abril na Argentina.

“Hidalgo”, centrado na história do padre Hidalgo, reconhecido como pai da pátria mexicana, estreou neste país em setembro, por ocasião do bicentenário da sua independência.

 “La Redota, una historia de Artigas”, sobre o uruguaio Jose Artigas, estreará em maio no Urugai e um dos seus protagonistas é Rodolfo Sancho, filho de Sancho Gracia e o único espanhol que atua nestes filmes.EFE

 

 

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