O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, participou no XV Encontro Anual da Associação Cristã de Dirigentes de Empresas ACDE, que se celebrou na terça-feira, 26 de junho, na cidade de Buenos Aires, e cujo tema foi “Os empresários, o Estado e um mundo em plena mudança”.
O Seminário foi apresentado pelo presidente da ACDE, Mario Vicens, que no seu discurso considerou que o Estado deve “intervir ativamente” nas crises, mas advertiu que “quando a intervenção estatal concretiza onde não é necessário, distorce-se o funcionamento da economia”. “O Estado deve intervir ativamente nas crises, mas sem distorcer o funcionamento da economia”, concretizou Vicens.
Além disso, alertou: “Quando a intervenção estatal se concretiza onde não é necessário, decidi-la sem a procura de consenso, introduz fatores que distorcem o normal funcionamento da economia, e se desincentiva o investimento”. “Isto costuma acabar por refrear a iniciativa privada e fazer com que o Estado descure as suas prioridades. É algo que já está acontecer em alguns países da nossa região”, assegurou.
Pelo seu lado, Enrique V. Iglesias, durante a intervenção no painel intitulado “Crise Econômica e crise de direção, o desafio atual” refletiu sobre a atual conjuntura internacional e o papel que a América Latina desempenha neste cenário. A crise está a pôr à prova a capacidade e a liderança das direções para re-estabelecer a confiança e facilitar uma saída rápida para a mesma, ao mesmo tempo que promove o questionar de instituições econômicas que têm vindo a fazer parte das bases do funcionamento da economia nas últimas décadas.
“A nova ordem econômica mundial, caracterizada por uma transferência de poder de ocidente para oriente, vai gerar também uma nova geografia”, sublinhou Iglesias.
Sobre o setor privado, Enrique V. Iglesias destacou que os empresários têm de voltar a planear a forma de agir neste novo contexto e interagir de forma positiva com o Estado, sobre o qual disse que “é necessário repensar o seu papel”. Além disso, acrescentou que “entramos num mundo instável e a América Latina tem de participar na nova liderança”.
O Encontro contou também com a participação de dirigentes, acadêmicos e especialistas em Economia que contribuíram com a sua visão sobre a atual crise econômica e de liderança que vivem os países mais desenvolvidos e o seu relacionamento com a tarefa empresarial, a fim de entender melhor as tendências que prevalecem e a posição que o empresário deve assumir perante esta nova circunstância.
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