Impulso para que a América Latina, o Caribe e a UE sejam sócios globais

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, o Secretário de Estado espanhol para a Ibero-América, Juan Pablo de Laiglesia, o Ex Presidente chileno Ricardo Lagos e o Chefe de gabinete do ministro das Relacções Exteriores de Argentina, Alberto D’Alotto, inauguraram terça-feiras 20 de abril em Madri…



O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, o Secretário de Estado espanhol para a Ibero-América, Juan Pablo de Laiglesia, o Ex Presidente chileno Ricardo Lagos e o Chefe de gabinete do ministro das Relacções Exteriores de Argentina, Alberto D’Alotto, inauguraram terça-feiras 20 de abril em Madri o seminário “Do Rio de Janeiro a Madri, uma década depois”.
Organizado pela Secretaria Geral Ibero-Americana e a União Europeia, este foro analisa o recorrido, o balanço e as perspetivas das relações entre a UE, a América Latina e o Caribe através das Cúpulas e aposta por impulsionar a integração regional.
Enrique V. Iglesias fez um repasso desde a primeira Cúpula celebrada no Rio de Janeiro em 1999 e fixou os objetivos a conseguir na VI Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina, Caribe e da UE que se celebrará em Madri no próximo dia 18 de maio.
Falou de trabalhar por uma agenda comum entre ambas regiões e destacou que a América Latina apresenta “boas oportunidades” para dar um “salto qualitativo importante ao futuro” com “novas oportunidades e instrumentos de cooperação com a Europa”.
Trás afirmar que existe um “amplo espectro de interesses económicos, políticos, sociais e culturais” que “permitirão avançar em uma agenda própria”, disse esperar que durante o próximo mês de maio culminem os acordos comerciais entre a UE, Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e a América- Central.
Iglesias afirmou que a experiência adquirida nos últimos anos pela América Latina abre a região um panorama internacional com “novas portas, novos mercados e novos dividendos” e com um importante “potencial de crescimento”.
“ A Europa poderia olhar a relação com a América Latina sob esta perspectiva”, disse, antes de insistir na capacidade de administrar a atual crise econômica e no diálogo e a cooperação.
A mudança climática, as migrações, o terrorismo, a energia, o emprego, a formação, a tecnologia o a inovação são assuntos, segundo apontou, nos que a UE e a América Latina podem trabalhar juntos, no que coincidiu com Lagos.
Juan Pablo de Laiglesia insistiu na prioridade que para Espanha -que ostenta este semestre a presidência rotatória da UE- supõe a América-Latina e o objetivo de que melhorem as relações com a UE “em todos os planos e da forma mais irreversível possível”.
“A Europa lhe interessa América Latina. Somos aliados naturais, compartilhamos valores e agenda que, longe de afastarmos, nos aproxima. Somos duas vértice do novo Ocidente que formam a América do Norte, a América Latina e a Europa”, disso.
Por isso o político espanhol apostou por uma agenda global “afastada de tentações hegemônicas, onde a cooperação e o diálogo sejam instrumentos de trabalho”.
“É importante superar o enfoque biregional para passar a ver-nos, considerar-nos e trabalhar como sócios globais” com o objetivo de definir um plano de trabalho evitando assim que as cúpulas sejam uma “explosão de boas intenções mas sem aplicação”, acrescentou.
Para o diretor da Representação da Comissão Europeia na Espanha, Francisco Fonseca, América-Latina experimentou uma “evolução significativa na última década” nos planos comercial, político e social ainda que, precisou, “ficam desafios pendentes, como a debilidade institucional de alguns países”. No obstante, ressaltou o “grande potencial econômico” da América Latina, seu crescimento a escala internacional e a importância de que seja uma “região estável”.

 

 

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