O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, destacou no dia 5 de julho em Santander (Espanha) que “a transferência de poder económico do Ocidente para o Oriente” que tem vindo a acontecer nos últimos anos é a maior da história da humanidade.
Iglesias foi o convidado de honra para encerrar o X Encontro Santander-América Latina organizado pelo grupo bancário cantábrico na Universidade Internacional Menéndez Pelayo de Santander.
Iglesias sublinhou que enfrentamos um novo sistema de relações internacionais e uma nova economia global que tem o conhecimento como motor e explicou que nas economias desenvolvidas “está-se a cortar o Estado do bem-estar” devido à incapacidade da economia para gerar recursos que o possam sustentar.
“Após duas décadas de segurança agora entramos numa fase de insegurança e vai-nos custar encaixar estas peças”, acrescentou.
Em relação ao bom momento que a América Latina atravessa, Iglesias assinalou que “aprendemos a gerir a macroeconomia” e também destacou a solidez da banca.
Na sessão de encerramento do X Encontro Santander América Latina, alertou contra um eventual otimismo irracional que pode afetar países da região que conseguiram êxito económico após a crise económica de 2008. O pedido de cautela foi um dos temas mais repetidos durante as várias sessões do encontro anual com economistas de Espanha e da América Latina e cargos diretivos do Banco Santander.
Para Iglesias, outro tema que requer atenção é a qualidade da democracia na região e defendeu que a democracia tem de servir para melhorar os direitos humanos dos latino-americanos. “É necessário ter uma democracia com qualidade que possa gerar um consenso básico em cada país”.
No entanto, Iglesias saudou a mudança geopolítica recente que permitiu uma redistribuição do poder entre os países – fato que beneficia a América Latina.
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