Iglesias: A América Latina e a China devem promover o conhecimento mútuo e os intercâmbios culturais como base do desenvolvimento político e comercial

A China e a América Latina devem cooperar na transformação do modelo de desenvolvimento para conseguir um crescimento sustentável e um desenvolvimento inclusivo no futuro, consideraram os especialistas participantes na III Conferência CAF/ILAS “Desenvolvimento e Transformação: uma agenda comum para a China e para a América Latina”, celebrada no dia 7 de maio em Beijing,…

A China e a América Latina devem cooperar na transformação do modelo de desenvolvimento para conseguir um crescimento sustentável e um desenvolvimento inclusivo no futuro, consideraram os especialistas participantes na III Conferência CAF/ILAS “Desenvolvimento e Transformação: uma agenda comum para a China e para a América Latina”, celebrada no dia 7 de maio em Beijing, organizada pelo Instituto de Estudos Latino-americanos da Academia de Ciências Sociais da China (CASS, iniciais em inglês) e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Uma iniciativa que procura fortalecer o conhecimento mútuo e as relações entre a América Latina e a República Popular da China, a partir de um diálogo entre autoridades, empresários e acadêmicos de ambas as partes.

Durante a sua intervenção, o Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, afirmou que tal como a China, a América Latina está a passar por um processo de mudança, acrescentando que a região está a trabalhar para conseguir o crescimento sustentável e evitar a armadilha dos rendimentos médios.

A China é um grande motor da economia mundial e ofereceu um grande ímpeto de crescimento econômico à América Latina no quadro da crise financeira global, admitiu Iglesias.

De acordo com os dados oficiais, o volume de comércio entre a China e a América Latina situou-se em US$260.000 milhões em 2012, com um aumento anual de mais de oito por cento. O país asiático transformou-se no maior parceiro comercial da América Latina.

Além de levar a cabo os reajustes macroeconômicos internos, a América Latina deve aumentar as exportações de produtos de maior valor acrescentado para a China e outros países asiáticos, diversificando os investimentos de empresas latino-americanas na China e atraindo investimentos maiores do país asiático, opinou o Secretário Geral Ibero-americano.

As duas partes também devem promover o conhecimento mútuo e os intercâmbios culturais, que são como a base do desenvolvimento político e comercial, acrescentou Iglesias.

Por outro lado, Zhang Yunling, Diretor da Divisão da Academia de Estudos Internacionais da CASS indicou que “perante os novos desafios e oportunidades comuns, os países em desenvolvimento devem considerar reajustar o seu modelo de crescimento, passando dum crescimento exclusivo para um crescimento inclusivo, para que o crescimento econômico do país possa beneficiar a sua população.

O XII Plano Quinquenal da China (2011-2015) centra-se na restruturação econômica e a economia chinesa está a realizar este reajuste estrutural, assinalou Zhang, e acrescentou que a cooperação regional será a tendência do desenvolvimento no futuro, exortando a China e a América Latina a fomentar tanto a cooperação bilateral como a cooperação entre a América Latina e todo o Este Asiático.

Além disso, Wu Baiyi, Subdiretor do Instituto de Estudos Latino-americanos da CASS, sublinhou a importância do reequilíbrio e da transformação das relações econômicas entre a China e a América Latina.

Esta é a terceira edição de uma conferência com periocidade anual, organizada pelo CAF – banco de desenvolvimento da América Latina – e pelo Instituto para a América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ILAS), que procura fortalecer o conhecimento mútuo e as relações entre a América Latina e a República Popular da China, a partir de um diálogo entre autoridades, empresários e acadêmicos de ambas as partes.

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