O Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, participou esta manhã no Conversatório Ibero-americano celebrado em Zaragoza no quadro do V Congresso Ibero-americano de Cultura. “Para um espaço ibero-americano da cultura: desafios, orientações e oportunidades do novo mundo digital” foi o tema que centrou este Conversatório, constituído no fórum de discussão como os Governos dos países estão a abordar esta rapidíssima transformação.
A inauguração oficial do Congresso teve lugar ontem. Na cerimônia participaram o Secretário da Cultura espanhol, José María Lassale; o Alcaide de Zaragoza, Juan Alberto Belloch; o Secretário de Estado de Cooperação Internacional e para a Ibero-América, Jesús Gracia; e o Secretário Adjunto Ibero-americano, Ruy Amaral.
A Ibero-América deve dar uma resposta conjunta e desenhar uma estratégia comum perante o desafio que para o setor da cultura é um ambiente digital de forma a definir-se um padrão legal, assegurou Lassalle.
O Secretário de Estado da Cultura reclamou o desenho de políticas de Estado que garantam o acesso à cultura comum que partilham mais de 700 milhões de pessoas que falam em duas línguas irmãs. Nesta reflexão sobre o presente e o futuro “de um setor cheio de potencial criativo”, apesar da crise, Lassalle apostou para que as gerações futuras tenham um espaço cultural comum ibero-americano, “rico na sua complexidade”.
O Diretor Acadêmico do Congresso, Javier Celaya, explicou que depois de “dez meses de trabalho intensivo” na Secretaria de Estado da Cultura, em colaboração com a Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), a inauguração é “como a grande ceia de Natal”.
“Passamos dez meses a cozinhar neste congresso e agora abre-se o telão e esperamos que todo o programa sirva para os 1.400 assistentes e 174 oradores de todo o mundo, que participarão em 21 mesas redondas da máxima atualidade”, detalhou.
O Catedrático de Filosofia Política e Social da Universidade do País Basco, Daniel Innenarity, encarregado de proferir a conferência inaugural, apontou na sua intervenção as dificuldades nascidas da chegada da internet e da cultura digital.
O espaço digital, afirmou, tem três características que obrigam a modificar as expetativas relativamente a ele: “a primeira – disse – é que estamos num mundo de segunda mão, no qual existe um grande acesso à informação, conhecimento e experiências, mas que são de outros, não nossas e há que aprender a geri-las”.
A segunda, enumerou, é que existe “uma grande quantidade de informação e é necessário selecionar, filtrar, discriminar, sem sentido”.
A última é que o ser humano “vive rodeado de aparelhos tecnológico cujo funcionamento” desconhece. Por tudo isso, afirmou, o importante é “estabelecer mapas” que permitam orientar-se para o consumidor de informação, seja cultural ou não.
“Não podemos dar atenção ao mesmo tempo muitas realidades, é necessário selecionar. Há que aprender a aniquilar informação, a prescindir de informação. Apenas isso permitirá libertar uma série de energias que necessitamos para soltar a nossa criatividade pessoal”, acrescentou.
Programa do V Congresso Ibero-americano de Cultura.
Emissão em direto de grande parte das atividades do Congresso graças ao Programa TEIb (Televisão Educativa e Cultural Ibero-americana). Clique neste ligante.
Página web do Congresso: http://www.culturaiberoamerica.org/
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