Encontro de especialistas no México pela Consolidação do Espaço Cultural Ibero-americano

“O espaço cultural tem agora a possibilidade de se abrir como antes utilizando as ferramentas tecnológicas”, afirmou Rafael Tovar y de Teresa, presidente de Conaculta, ao inaugurar esta quinta-feira, 11 de julho, no Museu Nacional de Arte o Encontro de Especialistas pela Consolidação do Espaço Cultural Ibero-americano.
“Recordo as primeiras reuniões em que se falava da circulação dos bens e serviços culturais, pensando em fronteiras, em taxas alfandegárias, em modelos especiais para…

“O espaço cultural tem agora a possibilidade de se abrir como antes utilizando as ferramentas tecnológicas”, afirmou Rafael Tovar y de Teresa, presidente de Conaculta, ao inaugurar esta quinta-feira, 11 de julho, no Museu Nacional de Arte o Encontro de Especialistas pela Consolidação do Espaço Cultural Ibero-americano.

“Recordo as primeiras reuniões em que se falava da circulação dos bens e serviços culturais, pensando em fronteiras, em taxas alfandegárias, em modelos especiais para que a nossa cultura pudesse circular em termos materiais e imateriais. Agora observamos que o mundo digital nos permite avançar em tudo isto de uma forma absolutamente indiscriminada”, referiu.

O presidente de Conaculta esteve acompanhado por Enrique Vargas, subdiretor de Assuntos Culturais da Secretaria Geral Ibero-americana; Itziar Taboada, diretora de Relações Culturais e Científicas da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento; María Cristina García Cepeda, diretora do Instituto Nacional de Belas Artes e José Luis Martínez, diretor geral de Assuntos Internacionais de Conaculta.

Rafael Tovar y de Teresa precisou, não obstante, que apesar do mundo das ferramentas tecnológicas ter facilitado muitos aspetos no terreno do espaço cultural ibero-americano, continua a ser um meio que não se deve confundir com um fim.

“É como acreditar que historicamente já tivéssemos chegado a uma forma de construir e transmitir a cultura, quando na realidade as ferramentas tecnológicas são mais um passo do que talvez agora não imaginemos mas que aparecerá em 30, 50 ou 100 anos. Então também não devemos acreditar que uma agenda contemporânea e atualizada deve ter necessariamente como conteúdo isto, mas que é apenas um meio para nos conhecermos melhor, conhecer melhor a nossa cultura e pode definir o nosso espaço cultural”.

O presidente de Conaculta afirmou que na cultura encontra-se o verdadeiro espaço que convoca e une as nações da Ibero-América, porque faz parte de uma origem comum com um contexto de situações e expressões que não só nos identificam nacionalmente, mas também regionalmente e que se devem consolidar, independentemente dos esforços que se realizem em cada país.

“Temos que criar neste espaço próprio – precisou – o modo de projetar a nossa cultura da qual nos sentimos orgulhosos, a que devemos juntar à cultura universal, e concretamente nesta época, ao que são as possibilidades da globalização da cultura. Eu acredito que existem muito caminhos por explorar, parecem-se esplêndidos todos estes esforços que fizeram Ibermúsica, Ibermedia, Iberescena, Iberorquestas, Ibermuseos, mas ainda nos falta um todo muito grande, porque foram iniciativas que pelo menos juntaram todos com um propósito comum”.

O titular de Conaculta afirmou que existem muitos esforços, e que, apenas com vocação e coordenação política poderiam aumentar e ajudar a dar uma direção aos espaços e expressões de cada país para mostrar ao mundo o conjunto da cultura da nossa região.

“Quando pensamos em teatro, pensamos no Festival de Bogotá, quando pensamos num festival interdisciplinar artístico, podemos dizer que é o Festival Internacional Cervantino do México, em cinema, o Festival de Havana, mas não existe uma articulação que permita juntar todas estas peças como se tratasse de um enorme puzzle para construir uma imagem comum e que esta nos projete como um conjunto na cultura universal”, sublinhou Rafael Tovar y de Teresa.

Enrique Vargas, subdiretor de Assuntos Culturais da Secretaria Geral Ibero-americana, considerou que este encontro tem a participação dos mais destacados especialistas nas suas áreas para estabelecer propostas de desenvolvimento para políticas multiculturais atuais para as nossas nações.

“A América Latina está a ser protagonista no quadro internacional e tudo o que se faça no terreno ibero-americano consolidará o seu espaço, por isso tudo que aqui se discutir será muito benéfico para todas as nossas nações no espaço cultural”.

O funcionário da SEGIB destacou que este encontro tem também como finalidade dar cumprimento aos eixos da passada cúpula ibero-americana de Cádiz, onde se instruiu a SEGIB para formar um grupo de especialistas para o desenvolvimento das dimensões do espaço cultural ibero-americano que há anos está a trabalhar na integração, cooperação e na colaboração entre pares para cumprir objetivos claros.

O subdiretor de Assuntos Culturais da Secretaria Geral Ibero-americana, indicou que nos últimos anos a região entrou em processos sub-regionais de integração que vêm enriquecer o processo geral da América Latina.

“Permita-me destacar os programas de cooperação cultural ibero-americanos: Iberescena, Ibermedia, Iberorquestas, Ibermúsica, Iberarchivos, Iberartesanías, Iberbibliotecas, a rede de arquivos diplomáticos, a televisão educativa e cultural ibero-americana, Ibermuseos e Iber-rutas. Com estes programas consolida-se o espaço cultural ibero-americano, e são de fato o espaço cultural ibero-americano”.

Itziar Taboada, diretora de Relações  Culturais e Científicas da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, referiu que o intercâmbio entre as diversas nações que participam neste encontro levou a um sistema de conferência ibero-americana em que a cultura é um dos temas mais importantes, tendo no programa Ibermedia um grande instrumento para desenvolver as expressões em diversos âmbitos.

Durante a inauguração transmitiu-se uma mensagem de Enrique V. Iglesias, secretário geral ibero-americano, que afirmou que esta reunião procura assentar as bases para o relatório que se apresentará sobre o espaço cultural ibero-americano aos chefes de Estado na próxima cúpula a realizar-se no Panamá.

“Existe um grande compromisso do México com a cultura que deve inspirar todos  os outros países, pois as suas iniciativas mostram-nos a importância de apoiar este setor e enfrentar os desafios do futuro aprofundando a relação cultural como eixo unificador”, afirmou.

Enrique V. Iglesias assegurou que são as culturas ibero-americanas que dão sentido a este setor do mundo porque são as que projetam a imagem das suas nações para o exterior.

Sublinhou que o desenvolvimento do cinema, do teatro, dos museus, das orquestras juvenis, são evidentes a partir da cooperação ibero-americana, daí a importância de continuar a avançar para a consolidação de um espaço cultural a partir de um ponto de vista político, econômico, histórico e educativo.

“Em matéria cultural não somos subdesenvolvidos, somos líderes a nível mundial, porque as nossas culturas são antes de mais inclusivas e isso transforma-as em elementos de paz, que devem ser aproveitados pelos nossos países no contexto contemporâneo”, salientou Enrique V. Iglesias, secretário geral ibero-americano.

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