Brasil acredita que a China contribuirá para a integração regional latino-americana

Clodoaldo Hugueney, Embaixador do Brasil na China, foi o principal orador da conferência “O momento atual da China e as relações com o Brasil, a América Latina e as Caraíbas”, que teve lugar na SEGIB, a 28 de março, na qual também participaram José Pedro…

Clodoaldo Hugueney, Embaixador do Brasil na China, foi o principal orador da conferência “O momento atual da China e as relações com o Brasil, a América Latina e as Caraíbas”, que teve lugar na SEGIB, a 28 de março, na qual também participaram José Pedro Sebastián de Erice, Ex -embaixador de Espanha na China, e o sinólogo Augusto Soto, professor da ESADE, assim como o Embaixador da China em Espanha, Zhu Bangzao.

Na introdução, Enrique V. Iglesias, Secretário-Geral ibero-americano, destacou a importância da China para as economias mundiais e, especialmente, para os países emergentes latino-americanos.

As crescentes relações comerciais entre a China e os países da América Latina e as Caraíbas “fomentarão a integração regional e, por sua vez, a da região no conjunto da economia internacional”, segundo afirmou Clodoaldo Hugueney esta quarta-feira, dia 28 de março,  em Madrid.

Hugueney sublinhou o “importante entendimento” que existe há anos entre o Brasil e o país asiático, com o qual desenvolveu “um plano de ação conjunta” a nível global, mas também “em determinadas áreas específicas” que terá que desenvolver em profundidade. O diplomático brasileiro referiu-se, entre esses sectores, à tecnologia, ciência e inovação e ao meio ambiente, às energias renováveis e aos biocombustíveis.

Ao mesmo tempo, destacou a importância do estabelecimento de novas pontes culturais, precisando que “é necessário reduzir a brecha do conhecimento recíproco”.

“Definitivamente -afirmou- trata-se de mudar alguns aspetos em matéria de comércio e investimentos, mas também de diversificar. Há que corrigir problemas, procurar soluções de comum acordo e desenvolver novas áreas”.

Por sua vez, o embaixador chinês em Espanha, Zhu Bangzao, destacou o crescente interesse que o seu país está a despertar a nível internacional e sublinhou as estreitas relações que têm vindo a ser estabelecidas com o ocidente.

Na última década, a China tornou-se um dos principais parceiros comerciais da América Latina, especialmente através da procura de matérias-primas para alimentar a sua elevada taxa de crescimento.

Nas suas palavras de encerramento, Enrique V. Iglesias afirmou que a SEGIB está interessada em tratar o tema da China, uma vez que, na mudança dos tempos em que vivemos, a China é o principal interveniente, e está, por sua vez, num processo de mudança constante, pelo que devemos olhar para a China do futuro, não do passado. É muito interessante constatar que a China, com uma nova mudança económica em marcha, está também a posicionar a sua cultura tradicional como um fator determinante, reivindicando os seus saberes e valores clássicos.

Para concluir, Iglesias salientou que o mundo está a tornar-se multipolar, com a maior transferência de poder do Ocidente para o Oriente que a História já testemunhou; tal requer uma grande concertação de valores globais, para o novo multilateralismo em paz e convivência para o qual caminhamos.

 

 

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