As independências ibero-americanas no seu labirinto

No dia 9 de fevereiro apresentou-se no Conversatório da SEGIB o livro As independências ibero-americanas no seu labirinto, ocasião em que Manuel Chust, Professor Catedrático de História Contemporânea da Universidade Jaime I, reuniu um importante grupo de historiadores que, a partir de diferentes países e perspectivas,…

No dia 9 de fevereiro apresentou-se no Conversatório da SEGIB o livro As independências ibero-americanas no seu labirinto, ocasião em que Manuel Chust, Professor Catedrático de História Contemporânea da Universidade Jaime I, reuniu um importante grupo de historiadores que, a partir de diferentes países e perspectivas, refletiram sobre este singular processo histórico. Manuel Chust, como editor do livro, fez a sua apresentação, na qual interveio também o professor José Antonio Serrano, do Colégio Michoacán do México.

Também participou na apresentação Enrique V. Iglesias, secretário-geral ibero-americano, que afirmou: “O livro que hoje temos a enorme satisfação de apresentar nesta casa da Ibero-América, é, sem sobra de dúvidas, uma das contribuições científicas mais significativas que se realizaram sobre o tema das independências ibero-americanas.

É uma obra de grande valor, não só devido à sua contribuição específica para a disciplina historiográfica, mas também porque apresenta uma perspectiva crítica, inovadora e bem fundamentada das revoluções das independências no momento da comemoração dos bicentenários.

A diversidade de perspectivas apresentadas neste livro, deve-se à colaboração de mais de 40 reconhecidos historiadores ibero-americanos, europeus e norte-americanos, todos eles especialistas em independências, com diferentes formações intelectuais, de diferentes gerações e por isso, com diferentes interpretações sobre o estudo das independências como um processo histórico.

Este é um livro que não se limita a fazer um resumo das independências, mas obedece a um planeamento pensado e bem estruturado em vários eixos, a partir de perguntas lançadas aos historiadores sobre as questões de maior interesse para reflexão sobre as independências na altura do seu bicentenário.

Na SEGIB vemos os bicentenários como mais um passo na formação do que convencionámos chamar o “Espaço ibero-americano”. Esse espaço ibero-americano tem vindo a consolidar-se sobre uma sólida base de processos culturais compartilhados. Denominadores comuns que enriquecem a celebração da nossa diversidade.

A comemoração dos Bicentenários das Independências apresenta perspectivas diversas de enfoque e conteúdo, e também oportunidades. Conjuntamente com as comemorações nacionais, existe uma oportunidade para materializar ações conjuntas a nível regional ibero-americano.

E este livro constitui um projeto de dimensão ibero-americana, que transcende as fronteiras nacionais e se compromete com o estudo de todo o “espaço ibero-americano”.

Certamente escapa às explicações generalistas dos processos de independência e traz uma visão que contempla todo o espaço ibero-abericano, a de fortes inter-relações que nos aproximam nas nossas formas de ver o mundo, processos históricos que nos dão uma identidade

Desta forma, os bicentenários constituem um momento propício para repensarmos, compreender de onde vimos, quem somos e para onde vamos. Em suma, pensar, definir e projetar a nossa identidade ibero-americana.

A identidade é um valor que está em constante alteração e transformação, não só é muito diferente do que era há 200 anos como é também possivelmente muito diferente do que era há 10 anos.

Atualmente a América Latina constitui um dos blocos democráticos maiores do mundo, com novos pólos de referência regional como o Brasil ou México que têm já uma forte presença e incidência nos países que os rodeiam, com uma maior integração da diversidade e heterogeneidade, e com importantes conquistas sociais como a diminuição da pobreza e a geração de emprego.

Todas estas alterações contribuem para a nossa identidade coletiva e posicionam-nos para enfrentar os nossos próximos desafios. Uma identidade que é a integração das populações de origem, afro-descendentes e contribuições europeias.

A construção e valorização da nossa identidade requer obras como esta para refletir sobre as nossas origens, e a partir daí projetarmos mais integrados num futuro que se apresenta cada vez mais globalizado, onde nenhum dos nossos países, independentemente do seu tamanho, pode enfrentar sozinho as oportunidades e desafios do mundo moderno”.

 

 

 

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