As comunidades indígenas, uma “lição de dignidade”

O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, afirmou no dia 7 de Setembro que as comunidades indígenas da América Latina e Caribe são uma “janela para o mundo de conhecimentos e de experiências” e uma “lição de dignidade histórica”.
Enrique V. Iglesias proferiu estas declarações durante a…


O Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, afirmou no dia 7 de Setembro que as comunidades indígenas da América Latina e Caribe são uma “janela para o mundo de conhecimentos e de experiências” e uma “lição de dignidade histórica”.

Enrique V. Iglesias proferiu estas declarações durante a inauguração em Madrid da conferência internacional “O paradigma do bom viver na América Latina e Caribe”, na qual esteve acompanhado pelo Vice-Presidente do Fundo Indígena, Luis Lancerio, e por Julia Olmo, em representação da Secretaria de Estado espanhola de Cooperação Internacional.

“Sem eles não somos plenamente ibero-americanos. Por isso temos de integrar um projecto de convivência”, acrescentou, e explicou que a SEGIB continua a trabalhar na inclusão da população indígena.

O ministro boliviano de Assuntos Exteriores, David Choquehuanca, proferiu a conferência introdutória sob o título “A caminho do novo paradigma do viver bem-bom viver”. Na sua introdução destacou que, na conjuntura da crise global que vivemos, necessitamos de construir um novo modelo de desenvolvimento para viver melhor, mas o que importa é voltar a viver bem, retomar o caminho do equilíbrio na nossa relação com a natureza e construir uma vida harmoniosa entre tudo e todos.

Na América Latina e Caribe vivem actualmente mais de 600 povos indígenas, que souberem manter vivas costumes e crenças baseadas na harmonia das pessoas entre si e com o que as rodeia. Para estes povos, o bem-estar é colectivo e vai muito mais além do material. Por outro lado, implica relações sociais equitativas e simétricas, é “viver bem entre nós”, como se destaca neste evento.

Esta conferência é celebrada com o objectivo de aprofundar a reflexão das visões que os povos indígenas da região têm sobre a noção do “bom viver-viver bem”.

O evento, preâmbulo da IX Assembleia Geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e Caribe (Fundo Indígena), conta com personalidades com trajectórias importantes que compartilharão os seus resultados e experiências sobre o desenvolvimento proposto pelos povos indígenas: o bom viver-viver bem.

O Fundo Indígena é formado por 22 países membros, uma vez que o seu convénio constitutivo foi ratificado por 19 Estados da América Latina e Caribe, conjuntamente com a Bélgica, Espanha e Portugal.

 

 

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