O “Anuário Ibero-Americano 2010″, um compêndio de dados, artigos de análise e contribuições de alto nível foi apresentado na quinta-feira, 17 de Junho, pela primeira vez no México, com o objectivo de oferecer uma ferramenta que disponibiliza informação útil sobre a região a governantes, analistas e comunicadores.
Com a publicação, que pelo quarto ano consecutivo foi editada conjuntamente pelo Real Instituto Elcano e a Agência Noticiosa Efe, pretende-se melhorar o conhecimento mútuo entre os países da região, explicaram os seus promotores.
Durante a apresentação, o director do Escritório de Representação da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) no México, Manuel Guedán, explicou que o anuário permite “dotar-nos de um material de informação e análise cada vez mais útil” na América Latina.
Guedán mostrou-se optimista em termos económicos e políticos com a conjuntura actual latino-americana, onde, na sua opinião, se aguentou bem a crise com um declive de apenas 2,1%. Esta capacidade de resistência “deve-se ao facto da América Latina ter feito bem os deveres, ter feito uma boa gestão das contas públicas, ter reduzido o endividamento externo, ter feito uma acumulação de reservas e ter diversificado as exportações”, acrescentou.
No âmbito político, fez também uma avaliação positiva do momento actual porque “o apoio à democracia é maioritário”. “Hoje felizmente o debate já não é entre democracia ou ditadura, entre democracia ou autoritarismo mas sim como melhoramos a qualidade da democracia, como construímos mais e melhor cidadania, como aperfeiçoamos os sistemas de representação, e qual deve ser a relação mercado-Estado”, destacou.
Por outro lado o Sub-secretário (Vice-ministro) para a América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores Mexicano, Salvador Beltrán del Rio, mostrou-se satisfeito com a apresentação do anuário no México e explicou a posição do seu país como um firme defensor da integração regional.
“Estamos certos de que a unidade regional é um requisito para a viabilidade e o futuro da nossa região, com pleno respeito pela pluralidade e pela diversidade”, sustentou.
Referiu que o México trabalhou durante o mandato do presidente Felipe Calderón para “privilegiar aquilo que nos une (na Ibero-América) e em “promover as linhas de convergência e nossos interesses comuns” em diferentes foros como o Grupo de Rio.
Pelo seu lado, a Directora da Agência Efe no México, Patricia Vásquez, explicou que os anuários, que se vêm realizando desde 1989, são elaborados aproveitando uma “rede de mais de 1000 jornalistas que a Efe tem na região”.
Referiu que o anuário de 2010 aglutina “dados dos 21 países latino-americanos, Espanha, Portugal, Estados Unidos e Andorra e contém uma secção especial sobre os Bicentenários das Independências da Argentina, Chile, Colômbia e México.
Os editores do anuário deste ano foram os investigadores do Real Instituto Elcano Carlos Malamud e Federico Steinberg, e a directora de Documentação da Agência Efe, Concha Tejedor.
A apresentação do “Anuário Ibero-Americano 2010” teve lugar no âmbito de um seminário que analisou a recuperação e o crescimento económico na América Latina e Caribe, assim como a política na região.
O acto terminou com uma conferência magistral proferida pelo Senhor Doutor Horacio Cerutti.
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