A SEGIB e o CERLALC convocam a região ibero-americana a assumir o desafio do fosso digital no mundo do livro

Cerca de 30 representantes de organismos regionais de integração e de organizações empresariais do setor editorial, conjuntamente com membros do corpo diplomático acreditado em Madrid e representantes do setor do livro, reuniram-se na sede da SEGIB no dia 4 de outubro, convocados pela Secretaria-Geral Ibero-Americana…

Cerca de 30 representantes de organismos regionais de integração e de organizações empresariais do setor editorial, conjuntamente com membros do corpo diplomático acreditado em Madrid e representantes do setor do livro, reuniram-se na sede da SEGIB no dia 4 de outubro, convocados pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e pelo Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe CERLALC, para abordar os temas relacionados com os impactos das novas tecnologias da informação e comunicação no mundo da leitura e do livro.

“Creio que debater sobre estes assuntos ajudar-nos-á a ver mais claramente como a nossa região no seu conjunto está a atuar perante os novos desafios que agenda cultural do século XXI impõe”, referiu o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, ao abrir as conversações. Ao recordar a situação do livro e da leitura na região nos anos setenta, mostrou como, perante a crueza dos números, a região reagiu e aconteceram importantes alterações. Afirmou também que o CERLALC trabalha há quarenta anos “para construir respostas e enfrentar os novos tempos”.

Um manifesto do livro eletrônico

Fernando Zapata López, Diretor do CERLALC, depois de receber um caloroso reconhecimento da SEGIB por ocasião da celebração dos 40 anos da sua criação, em 1971, explanou as linhas fundamentais dos temas prioritários que a região deve abordar no futuro próximo, para garantir uma inserção bem sucedida em novos âmbitos. Em primeiro lugar, manifestou que os temas relacionados com as TIC e o seu impacto no mundo do livro e da leitura têm de ser abordados pela região com uma vontade semelhante à que se manifestou perante assuntos prioritários para o desenvolvimento como a educação e a saúde, com estratégias como as Metas do Milênio. Afirmou também, que perante problemas comuns, a região deve refletir e procurar soluções em comum.

“A região, devido à sua ampla diversidade e riqueza em termos das expressões culturais e artísticas, a sua estrutura demográfica, o potencial das suas raízes culturais e as suas línguas dominantes, e os seus novos níveis de desenvolvimento, tem um papel singular no mercado futuro de bens e serviços culturais, tanto do lado da oferta como do lado da procura”, assinalou Zapata. Os territórios do espanhol e do português serão decisivos no futuro, tanto a partir do lado da criação de conteúdos como a partir do lado da procura dos mesmos.

Uma inserção adequada da América Latina nos novos cenários passa por:

  • Fortalecer a produção e circulação dos conteúdos editoriais regionais e a criação de plataformas próprias que garantam a sua presença, visibilidade e sustentabilidade da Rede global. Harmonizar as possibilidades de incorporação de tecnologias com a capacidade de acesso (conectividade, banda larga, taxas de bens e serviços e dispositivos)
  • Identificar as procuras de modernização do sistema educativo para responder às novas circunstâncias (infra-estrutura, currículo e formação de agentes).
  • Fortalecer as políticas nacionais do livro e da leitura, em particular no atual período de transição, procurando fechar os fossos existentes no campo do livro tradicional. A segurança do apoio institucional em torno da leitura e do livro assume uma importância singular.
  • Realizar um esforço sistemático por identificar e agrupar a oferta regional, como processos padronizados e catálogos da mesma.
  • O fortalecimento da proteção da propriedade intelectual e a atualização das normas do direito de autor no ambiente digital.
  • Apoiar a reconversão gradual das atividades econômicas relacionadas com a produção e circulação de conteúdos editoriais: editores, agentes literários, distribuidoras e livrarias, assim como a promoção do empreendorismo empresarial na produção, distribuição e circulação de conteúdos culturais.

Zapata reiterou que a incorporação destes assuntos nas agendas públicas e privadas é o passo seguinte. Atrair a vontade pública e comprometer os esforços regionais para conseguir metas concretas a médio prazo é a melhor forma de assumir integralmente o desafio de garantir um desenvolvimento progressivo da região no âmbito do aprofundamento das TIC no mundo da leitura, do livro e das bibliotecas. Neste contexto, há que saber aproveitar os espaços políticos e técnicos da multilateralidade, através dos quais, como referiu o Secretário-Geral Ibero-Americano, Enrique V. Iglesias, “escutamos e entendemos o nosso enquadramento regional; facilitamos os diálogos institucionais; e tomamos o pulso à região, no aspeto político, econômico, social e cultural”.

 

 

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