A recuperação da crise, uma oportunidade para corrigir desequilíbrios económicos e sociais na Ibero-América

O secretário-geral ibero-americano inaugurou o IV Fórum Europa-América Latina-UE/Canadá, que nos dias 13 e 14 debaterá em Madrid assuntos como a governabilidade e os meios de comunicação, os desafios crescentes que implicam a delinquência e a violência, ou o impacto político…

O secretário-geral ibero-americano inaugurou o IV Fórum Europa-América Latina-UE/Canadá, que nos dias 13 e 14 debaterá em Madrid assuntos como a governabilidade e os meios de comunicação, os desafios crescentes que implicam a delinquência e a violência, ou o impacto político e económico dos países BRIC, constituídos pelo Brasil, Rússia, Índia e China, os grandes mercados emergentes do mundo.

Enrique V. Iglesias, afirmou que nos países ibero-americanos afetados pela crise não é “desejável” uma recuperação que mantenha as assimetrias e os desequilíbrios económicos e sociais.

“Desejaríamos algo diferente”, disse Iglesias, que assegurou que na região persistem problemas como “os grandes desequilíbrios fiscais e o desemprego teimoso”.

Iglesias destacou também que existe uma realidade que “agrada”, como os investimentos financeiros, que “por outro lado, são a causa do problema da valorização das moedas, que penaliza a competitividade dos países”. Na opinião do secretário-geral, a América Latina é “uma região que aprendeu a fazer as coisas” mas que no seu processo de recuperação deve ter em conta as pressões inflacionárias, a “bolha” que alguns países têm na habitação ou na terra, o impacto sobre os alimentos e, sobretudo, “o perigo da auto-complacência”.

“Alguns países – afirmou – pensam que já chegaram à terra prometida, mas devem ser cuidadosos porque existem assuntos por resolver, como a pobreza, a distribuição do rendimento, a exclusão social”.

Por outro lado, Iglesias destacou o surgimento de um “regionalismo crescente” importante para que a região gira os seus próprios problemas, e a consolidação de “grandes potências”, como o Brasil e o México.

Também destacou que o crescimento e a transformação regional fazem com que na atualidade, como consequência das relações se terem equilibrado, seja “mais importante para Espanha o relacionamento com a Ibero-América do que vice-versa”.

Outro dos participantes na sessão de inauguração, o presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF) e membro da organização Diálogo Interamericano, Enrique García, comparou o estado das coisas entre o primeiro Fórum, em 2006, e o de hoje.

Nos últimos 5 anos, afirmou, “a América Latina soube gerir de forma prudente a sua macro-economia e beneficiou com a dinâmica da China”, de tal modo que a região “pode sentar-se à mesa de qualquer país e não se sentir culpada pelo mal que se passa no mundo”.

Tal como Iglesias, o presidente da CAF avisou “contra o perigo da auto-complacência”, ao destacar que “é bom ver os riscos”, pois um crescimento de 4 por cento pode ser satisfatório, mas o desafio ideal, apesar de difícil, seria apontar para cerca de 5 por cento.

Na jornada de quarta-feira 13 de abrir intervieram também, entre outros, Gustavo Suárez Pertierra, do Real Instituto Elcano, Michael Shifter, de Inter-American Dialogue, José Miguel Insulza e a mexicana Beatriz Paredes.

 

 

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