A cultura ibero-americana, uma arma contra a crise

A 22 de Abril, em Lisboa, os ministros ibero-americanos da Cultura decidiram dar um impulso à difusão do espanhol e do português na Internet e no mundo da ciência e da tecnologia.
Para o Secretário-Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, a cultura ibero-americana pode ser uma arma…

A 22 de Abril, em Lisboa, os ministros ibero-americanos da Cultura decidiram dar um impulso à difusão do espanhol e do português na Internet e no mundo da ciência e da tecnologia.

Para o Secretário-Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias, a cultura ibero-americana pode ser uma arma muito eficaz contra a crise económica.

Os países ibero-americanos aprovaram uma declaração em Lisboa que reclama também a defesa das culturas minoritárias da região e põe em prática diversos programas e iniciativas de cooperação cultural. Iglesias destacou que os ministros estão de acordo que "seria um erro os países sacrificarem uma fonte de riqueza como os investimentos em indústrias culturais" e realçou que a cultura não é parte do problema da crise económica, "pode, isso sim, ser parte da solução".

Os ministros acordaram desenvolver um programa de tradução intensiva de obras entre os idiomas espanhol e português e promover o uso de ambas as línguas no ciberespaço e no mundo da ciência e da tecnologia.

O secretário-geral da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), Alvaro Marchesi, cujo organismo foi encarregado de abordar o plano para promover o espanhol e o português na Internet, manifestou que os estudos levados a cabo mostram ambos os idiomas numa situação de grande debilidade comparativamente ao inglês.

O objectivo é potenciar a presença das duas línguas na Internet e no mundo da ciência e, deste modo, afirmar a cultura ibero-americana.

O ministro português da Cultura, José António Pinto, considerou que a Ibero-América reforçou o seu compromisso cultural nesta reunião e mostrou-se decidida a cumprir as metas propostas.

A conferência acordou promover mais programas regionais na linha dos já existentes, como o Ibermuseos ou o Iberorquestas, e apostar na criação de uma Orquestra Juvenil Ibero-americana.

Acordou-se também o desenvolvimento, ao longo de 2009, de novas iniciativas para incentivar a mobilidade de profissionais da cultura e organizar seminários de informação científica e educativa e programas de formação de novos divulgadores de cultura científica.

As conclusões desta XII Conferência Ibero-americana da Cultura serão elevadas à Cimeira de Chefes de Estado que se celebrará no Estoril (Portugal) de 30 de Novembro a 1 de Dezembro.

Os ministros avaliaram o andamento de projectos como a Rota da Liberdade, que promove o conhecimento mútuo entre os povos, e a Carta Cultural Ibero-americana, voltada para desenvolver um espaço comum na área cultural que estimule a criatividade e as indústrias culturais.

A ministra espanhola, Angeles González-Sinde, declarou que o espanhol e o português têm que se apoiar mutuamente para "serem línguas de futuro" e lançou uma proposta para que os países ibero-americanos protejam o seu património cinematográfico.

 

 

 

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