A CEPAL pede mudança estrutural na América Latina

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) pediu no México que a América Latina procure uma “mudança estrutural para a igualdade” que privilegie “pelo menos três tipos de políticas”: a industrial, a macroeconômica e a laboral-social.
A proposta lançada pela Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, na sessão inaugural do fórum “A crise da dívida, trinta anos depois”, que se celebra durante os dias 18 e 19 de fevereiro no México…

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) pediu no México que a América Latina procure uma “mudança estrutural para a igualdade” que privilegie “pelo menos três tipos de políticas”: a industrial, a macroeconômica e a laboral-social.

A proposta lançada pela Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, na sessão inaugural do fórum “A crise da dívida, trinta anos depois”, que se celebra durante os dias 18 e 19 de fevereiro no México e pretende colocar em perspectiva a crise da dívida externa latino-americana dos anos oitenta do século passado. Na sessão de abertura também intervieram o Secretário Geral Ibero-americano, Enrique V. Iglesias e o Presidente Executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Enrique García.

Bárcena referiu que aquela crise foi “o episódio econômico mais traumático vivido pela América Latina ao longo da sua história”, e representou um ponto de inflexão na história econômica regional.

“Esta região aprendeu a ser prudente na área macroeconômica e esse é um valor e um ativo ao qual esta região não está disposta a renunciar”, indicou.

Por outro lado, Enrique V. Iglesias, considerou que a região “fez as coisas um pouco melhor do que lamentavelmente estão fazendo agora os nossos irmãos europeus”.

No entanto, disse que “é necessário sermos um pouco modestos na avaliação dos momentos históricos que os líderes econômicos têm de viver quando se faz a retrospectiva e pediu que não se caia na tentação de comparar as crises antigas e de hoje, uma vez que são muito diferentes.

Por fim, o presidente executivo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Enrique García, destacou que a crise da dívida externa de há três décadas implicou uma lição “bastante dura” que ao longo do tempo nos deixou benefícios.

“Parte do êxito da economia latino-americana hoje em dia fundamenta-se no que a maior parte dos países aprenderam (…) o que significa não procurar os equilíbrios macroeconômicos (que geraram hiperinflação e outros desajustes). E isso manteve-se”, referiu.

O fórum, organizado pela CEPAL, pela SEGIB, pela Agência Alemã de Cooperação Internacional, pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), analisará durante dois dias a gestão desta crise desde há três décadas, as respostas globais e da América Latina, as lições aprendidas, as experiências recentes em matéria de financiamento externo e as perspectivas futuras, entre outros temas relacionados.

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